A bravatas do futuro ministro de relações exteriores fragilizam o Brasil na dura realidade da geopolítica global

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Nos últimos dias tem-se ouvido manifestações curiosas do futuro ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, o embaixador que nega as mudanças climáticas, Ernesto Araújo, em relação ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.  A grande esperteza dos últimos dias foi o anúncio de Nicolás Maduro não seria convidado para a posse de Jair Bolsonaro em Brasília. É que já era mais do que sabido que Maduro iria, por várias razões, declinar do convite de vir ao Brasil, especialmente depois de ter feito uma viagem vitoriosa a países como Rússia e China. Assim, dizer que alguém que não viria não será convidado é perfeito para quem deseja provocar uma boa tempestade em um copo de água.

Como já bem abordou em seu blog, o jornalista Luís Nassif, não convidar países com os quais se têm divergências com governantes de plantão vai de encontro às boas regras da diplomacia internacional, além de causar embaraços desnecessários à relações políticas e comerciais que forçosamente ocorrem até entre inimigos ferrenhos como os EUA e Cuba [1]. Há que se lembrar, por exemplo, que a Venezuela não apenas compra produtos agrícolas brasileiros, mas vende a eletricidade que mantém Roraima funcionando.

Desta forma, o fato de membros da dinastia Bolsonaro (começando pelo próprio presidente eleito) estarem falando abertamente em mudança de regime em Caracas,  pode incentivar que outros venham ter a mesma tentação com o Brasil [2]. No caso da Venezuela, há que se lembrar que desde Hugo Chávez tem ocorrido um grande fortalecimento da capacidade bélica das forças armadas daquele país. Assim,  puxar briga com quem, por si próprio, não tem exatamente medo de uma briga militar com o Brasil é, no mínimo,  arriscado.  Especialmente depois da visita que bombardeiros russos com capacidade de carregar armas atômicas fizeram à Venezuela.

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Mas fazer o que se os novos governantes brasileiros preferem viver de criar crises nas redes sociais do que utilizar com responsabilidade as ferramentas diplomáticas existentes? Provavelmente sentar e esperar para ver quando a primeira grande crise diplomática vai estourar, e com grandes chances de causar enormes prejuízos à já combalida economia brasileira. A ver!


[1] https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-eduardo-bolsonaro-o-perfeito-idiota-diplomatico-latino-americano-por-luis-nassif

[2] https://www.theguardian.com/world/2018/dec/16/liberate-venezuela-from-maduro-urges-bolsonaro-ally

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