A obscura “Câmara de Comércio Brasil-EUA” costuma usar as dependências do Museu História Natural da cidade de Nova York (MHN-NY)para sediar sua cerimônia anual de entrega do prêmio também obscuro de “Personalidade do Ano” para uma personalidade brasileira e outra estadunidense ao preço médio de quase R$ 100 mil reais para quem for participar.
Pois bem, esse ano a coisa ficou complicada para a direção do MHN-NY porque a personalidade premiada será o presidente Jair Bolsonaro, o que provocou uma onda de protestos de associados e de organizações da sociedade civil novaiorquina que consideram a presença de um político de extrema-direita como sendo antagônica aos valores éticos e políticos que deveria ser expressos pela instituição.
A situação está se mostrando tão problemática que a direção do MHN-NY já fez publicar em sua página oficial da rede social Twitter que “o evento externo e privado em que o presidente do Brasil será homenageado foi contratado para ocorrer no museu antes que se soubesse quem seria premiado.” O tweet acrescenta ainda que a direção do Museu está “profundamente preocupada e exploração todas as opções”.
Esse tweet já mereceu quase 200 comentários onde a maioria dos usuários do Twitter exigem que o evento seja simplesmente cancelado pela direção do MHN-NY.
Há que se dizer que especialmente dentro da equipe de cientistas do MHN-NY a presença do presidente Jair Bolsonaro está recebendo forte oposição à luz de suas posições políticas frente à proteção ambiental e também pelos cortes orçamentários que estão sendo realizados na área da ciência e tecnologia.
Essa é uma prova de que pensar que a posição política do Brasil dentro dos EUA se resolve apenas com visitas de “boa vontade” à Casa Branca (boa vontade unilateral, diga-se de passagem) é um erro crasso que está causando graves danos aos interesses brasileiros até naquele país. Além disso, essa manifestação da direção do MHN-NY demonstra o grau de desgaste da imagem do presidente Bolsonaro, visto que essa movimentação para não sediar este evento é, digamos, inédita. E, pior, se não houver o cancelamento é muito provável que a cerimônia de gala não seja tão tranquila quanto os que desembolsarem R$ 100 mil para estar lá gostariam que fosse. A ver!
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