Abri hoje a página do UOL, um dos principais portais de notícias do Brasil, e descobri que a cobertura das manifestações de ontem simplesmente mingou a ponto de eu ter dificuldade de encontrar qualquer menção a elas. Indo ao site do “O GLOBO” descobri que o governo Bolsonaro tem outros problemas ainda maiores do que a Educação. Cobertura das manifestações de ontem, igualmente raquíticas.
Não posso deixar de lembrar que as igualmente raquíticas manifestações em prol do governo Bolsonaro que ocorreram no dia 26 de maio foram turbinadas por essa mesma mídia que viu nelas uma espécie de chancela popular para a impopular reforma da previdência e outras maldades que estão sendo impostas para dar vazão a um projeto de desestruturação completa do pouco que existe no estado brasileiro em termos de distribuir a hiper concentrada riqueza nacional.
Uma cobertura mais balanceada acabei encontrando no jornal “El País” que mantém uma redação no Brasil e que notou que apesar de menor em número de participantes, as manifestações de ontem continuaram mantendo um padrão de grande distribuição geográfica, o que sinaliza problemas para o governo Bolsonaro.
Essa não é a primeira vez que a mídia brasileira adota um padrão enviesado de cobertura de acontecimentos políticos importantes. E provavelmente não será a última, pois apesar de aparentemente não gostarem da forma com que o presidente Jair Bolsonaro governa o Brasil, os donos dos principais veículos da mídia brasileira são defensores da agenda ultraneoliberal que o ministro Paulo Guedes está tentando implantar. Aí qualquer eventual divergência com o jeito de governar é sacrificada em nome do projeto maior do ajuste neoliberal que Jair Bolsonaro incorpora em suas ações de governo.
Mass que ninguém precisa se desesperar com essa cobertura desnivelada e parcial, pois faz tempo que a mídia brasileira não controla a informação como um dia já controlou. [E que com todos os seus defeitos e qualidades, as redes sociais e a mídia alternativa que elas impulsionam deram um show de cobertura no dia de ontem. Qualquer um que tiver curiosidade e interesse em saber o que realmente se passou no dia de ontem, e o que ainda vem pela frente só tem que procurar fora da cobertura oficialista da mídia corporativa.