França vetará produtos brasileiros associados a desmatamento na Amazônia

soja desmatamentoSoja produzida em área de desmatamento na Amazônia será impedida de entrar na França, anunciou o governo francês.

A alegria quase incontida que tomou conta do governo Bolsonaro e dos seus aliados da bancada ruralista por causa da assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia pode ter sido apenas um daqueles momentos de esperança exagerada que caracterizam as idas e vindas da forma dependente com que o Brasil se relaciona com a economia global.

É que segundo a Rede França Internacional (RFI), o governo francês aproveitou o anúncio do seu plano para o  clima para os próximos cinco anos, para informar que vai bloquear a importação de produtos florestais ou agrícolas que contribuam para o desmatamento no mundo, principalmente na Amazônia, no sudeste da Ásia e no Congo.

rfi soja

O ministro francês da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, adiantou que entre os principais itens estão o óleo de palma e soja.  Segundo a RFI, Hulot afirmo que “Vamos colocar um fim ao desmatamento importado”, numa clara sinalização de que deverá ocorrer um controle sobre os pontos de origem da produção, e que áreas de desmatamento na Amazônia e em outras partes do mundo serão barradas como pontos de fornecimento de commodities para a França.  A questão é que outros países europeus deverão seguir o exemplo francês, colocando inclusive em questão a real aplicação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Essa decisão francesa se soma a outras ações que estão ocorrendo na Europa, a começar pelo boicote que está sendo promovida pela rede sueca de supermercados Paradiset, e de outras ações por parte de organizações da socidade civil em diferentes países europeus que visam pressionar governos nacionais para que uma posição de restrição aos produtos brasileiros originados de áreas desmatadas seja adotada.

Por isso tudo é que quaisquer tentativas de tampar o sol com a peneira dentro do Brasil deverá trazer consequências desagradáveis para não apenas o governo Bolsonaro, mas especialmente para os grandes latifundiários que apostaram todas as suas fichas numa forma insustentável de produção agrícola, seja pelo desmatamento ou pelo uso abusivo de agrotóxicos.

Mas agora que o recado francês está dado, vamos ver como reagem os causadores dessa ameaça nada velada aos produtos brasileiros. É que se nada for feito para atender a sinalização francesa, o boicote será inevitável. A ver!

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