O deputado federal Alexandre Frota (PSDB/SP) e o presidente Jair Bolsonaro no tempo em que eram aliados
Se há uma máxima imutável na política é que não existe espaço vazio que fique vago por muito tempo. É enquanto os partidos da esquerda têm flagrantemente patinado em relação ao que fazer diante das ações do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB/SP) resolveu partir para uma defesa aberta para a criação de um movimento suprapartidário cujo objetivo seria apear do poder, via impeachment, o presidente Jair Bolsonaro (ver vídeo abaixo).
Em que pese a linguagem adotada, Alexandre Frota explicita questões objetivas sobre os mecanismos que têm sido adotados para fazer frente aos ataques desferidos pelo presidente Bolsonaro e seus seguidores contra as instituições democráticas e, principalmente, aos esforços de controle e combate à pandemia causada pelo coronavírus.
De forma enfática, Frota coloca o dedo na ferida quando diz que “não adianta ficar no Twitter fazendo críticas, palestrinhas, discursos acalorados e repetitivos. Twitter não é resposta para este tipo de gente. Twitter não é resposta para o Bolsonaro. A resposta é o impeachment“.
Não custa nada lembrar que Alexandre Frota foi, digamos, uma das faces que ajudaram a tornar o candidato Jair Bolsonaro mais palatável para determinados setores da população. E que estando atualmente no PSDB, Frota não fez nenhum giro ideológico em relação, por exemplo, ao modelo de economia ultraneoliberal que o governo Bolsonaro está impondo. Desta forma, a consolidação de uma postura pró-impeachment de Alexandre Frota pode representar apenas uma exaustão da utilidade da figura de Jair Bolsonaro para determinados setores das elites brasileiras.
A pergunta que se coloca é a seguinte: os partidos de esquerda e movimentos sociais vão deixar que Frota lidere o caminho do impeachment?