Tenho visto o que considero uma falsa polêmica nas reds sociais sobre a repercussão das imagens de praias lotadas no Rio de Janeiro e São Paulo neste domingo passado, que não seria a mesma dos transportes públicos lotados (ver imagem abaixo).
Para mim é muito simples e não há de despudorado em relação ao drama dos trabalhadores que se arriscam diariamente (com ou sem pandemia) em transportes públicos de péssima qualidade.
É que aos trabalhadores não tem restado outra opção a não ser enfrentar o risco quase certo da contaminação em busca do dinheiro que vai comprar a comida que vai matar a fome da família.
Já quem foi às praias, a maioria das classes médias e altas, foi lá em completa desconsideração ou empatia com os mais de 121 mil mortes que já foram causadas pela COVID-19. E é seguro dizer que a maioria desses praieiros são eleitores de Jair Bolsonaro ou de algum outro governante de direita.
Então, me desculpem, não há surpresa ou desconsideração com a situação dos trabalhadores que precisam usar transportes públicos. O que há, pelo menos da minha parte, é completa irritação com a falta de empatia e solidariedade social de parte da população brasileira que está se lixando para os efeitos devastadores da pandemia da COVID-19, pois se sabe que a maioria dos mortos são pobres.