Moradores afetados pelo iminente rompimento das barragens de rejeitos da mina Mar Azul em Nova Lima (MG) estão revoltados com a realização de intermináveis testes de sirene pela mineradora Vale, os quais incluem o uso de música clássica, mas que servem apenas para instalar um estado de terror social entre os habitantes daquele território (ver imagem abaixo).
Segundo uma fonte familiar com a situação das famílias afetadas no Distrito de São Sebastião das Águas Claras (Macacos), a pergunta que muitos moradores estão fazendo é sobre até quando a Vale pretende continuar fazendo os testes com sirene, bem como sobre qual seria a intenção efetiva da empresa. É que segundo essa fonte, esses testes em vez de fazerem que os moradores se sintam mais seguros, acabam causando mais intranquilidade, ansiedade e medo. Isto sem falar nos prejuízos econômicos para proprietários das pousadas existentes na região, pois, afinal, quem vai querer sair de casa para acabar tendo que fazer o “turismo sonoro” da Vale?
Essa mesma fonte nota que, como já foi informado neste blog, a Vale já vem interferindo dentro dos territórios afetados pelo eventual rompimento das suas barragens em Nova Lima, incluindo a colocação de obstáculos físicos que estão dificultando a movimentação dos moradores dentro de suas próprias propriedades. Agora, com a realização desses testes sonoros, acrescenta-se mais um elemento de perturbação ao cotidiano dos habitantes da região que já estão convivendo com o intenso barulho de máquinas que operam sem qualquer consideração em relação a horários, o que vem causando sérios transtornos a quem vivia acostumado a uma vida marcada pela tranquilidade.
Há que se lembrar que no caso do rompimento da barragem da Samarco (Vale+ BHP) em Bento Rodrigues não houve o acionamento de sirenes, até porque elas inexistiam. Por isso, mesmo os moradores de São Sebastião das Águas Claras estão desconfiados das reais intenções da Vale e seu uso contínuo de testes com sirenes. Afinal, quando a esmola é demais o santo desconfia.