A derrota por margem surpreendentemente folgada de Marine Le Pen para Emmanuel Macron (aproximadamente 58% a 42%) no segundo turno das eleições presidenciais francesas deve (ou deveria) ser vista como mau presságio pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro e seu séquito de ministros militares. É que a mensagem de ultra-direita de Len Pen, ainda que mais sofisticada, e exatamente a mesma da sua versão tosca brasileira, o bolsonarismo.
E há que se considerar que Emmanuel Macron chegou ao segundo turno debaixo de um profundo desgaste por causa dos seus anos de reformas neoliberais que jogaram milhões de trabalhadores francesas num misto de desemprego e empregos precários. Mas nem com esse desgaste todo, Le Pen foi capaz de fazer descer a pílula amarga que sua receita que mistura xenofobia e retrocessos de pautas sociais aplicaria sobre a classe trabalhadora francesa.
Alguém há de dizer que França e Brasil são realidades muito díspares para serem comparadas, até porque as forças armadas francesas não possuem histórica de intervenção na vida política como as brasileiras possuem. Mas o fato é que mesmo enfrentando um presidente altamente popular, Len Pen conseguiu convencer o eleitorado francês que sua receita seria garantia de dias melhores.
Pensemos então no enfrentamento eleitoral cristalizado entre Jair Bolsonaro, um presidente que não buscou gerar nenhum tipo de pauta que fale à maioria da população, mais preocupada com a crescente dificuldade de colocar comida na mesa, e um candidato, no caso o ex-presidente Luís Inácio Lula da sulva, cujo governo criou a sensação de que a fome tinha deixado de ser um problema crônico no Brasil.
Se houver algum ministro com um mínimo de tino estratégico ou ainda uma cartomante de plantão, a carta que será mostrada a Bolsonaro provavelmente será a do 5 de espadas.
Ah sim, um detalhe a mais: com a eleição de Emmanuel Macron, as chances de aplicação do acordo comercial União Europeia-Mercosul podem ter acabado de vez.
Meu amigo, você já está bem grandinho para saber que a direita opera com espantalhos…Algumas vezes, basta acenar com Le Pen, e o povo corre para a “democracia de centro”, nada mais que um capitalismo canibal, mas que come com talheres… No Brasil, a tônica é a mesma, só que a fraqueza das instituições capitalistas permitem seres como o “coiso”…Aí, passado algum tempo, correm todos para o capitalismo canibal que come com talheres, no caso do Lula, uma colher já basta, nada sofisticado como os antropófagos de Macron, toalhas de linho e porcelana inglesa…Não há sinal, velho trotskista, porque não há saída!!!!!
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