Preços de alimentos e energia devem subir, segundo o Banco Mundial
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Prevê-se que os preços globais da energia aumentem drasticamente, culminando no maior salto nos preços das commodities em quase meio século, alertou o Banco Mundial.
De acordo com o relatório de abril de perspectivas de mercado de commodities do banco, os preços globais de energia, que já tiveram um aumento dramático devido aos bloqueios contínuos do COVID-19 na China e ao conflito Rússia-Ucrânia, devem aumentar 50,5% em 2022.
“Isso equivale ao maior choque de commodities que experimentamos desde a década de 1970. Como foi o caso então, o choque está sendo agravado por um aumento nas restrições ao comércio de alimentos, combustíveis e fertilizantes”, disse o vice-presidente de crescimento equitativo, finanças e instituições do Banco Mundial, Indermit Gill, em comunicado que acompanha o relatório divulgado na terça-feira.
O relatório aponta que as sanções impostas à Rússia prejudicaram o comércio global de commodities, provocando enormes aumentos nos preços da energia. Os preços dos alimentos também devem aumentar 22,9% este ano, o maior desde 2008, já que os preços do trigo saltam 40% para níveis recordes.
“Isso pressionará as economias em desenvolvimento que dependem das importações de trigo, especialmente da Rússia e da Ucrânia”, disse o Banco Mundial.
Esperava-se que a Ucrânia produzisse 10% do trigo do mundo em 2022, mas a instituição diz que de 25% a 50% dessa produção foi afetada pelo conflito.
Enquanto isso, os preços dos metais devem crescer 16% antes de diminuir no próximo ano, mas supostamente permanecerão em níveis elevados.
De acordo com o relatório, o aumento dos preços das commodities contribuiu para níveis de inflação não vistos em mais de 40 anos nos EUA, e um salto recorde de 7,5% nos preços ao consumidor na Europa.
“Esses desenvolvimentos começaram a levantar o espectro da estagflação. Os formuladores de políticas devem aproveitar todas as oportunidades para aumentar o crescimento econômico em casa e evitar ações que prejudiquem a economia global”, disse Gill.
Este texto foi escrito originalmente em inglês e publicado pelo Russia Times [Aqui!].