Estudo do Greenpeace-Alemanha encontra agrotóxicos proibidos em limões brasileiros vendidos na União Europeia

limones do veneno

Bruxelas – Um estudo do Greenpeace Alemanha sobre limões brasileiros vendidos na União Europeia (UE) encontrou resíduos de vários agrotóxicos, alguns deles proibidos para uso na Europa. Um laboratório credenciado e certificado testou mais de 50 amostras de limões comprados em supermercados e mercados atacadistas na Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia e encontrou resíduos de agrotóxicos em quase todas as amostras, exceto uma. 

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Os agrotóxicos – entre eles o herbicida glifosato, e os inseticidas imidaclopride e cipermetrina – são vendidos por empresas europeias no Brasil, um dos maiores usuários de agrotóxicos do mundo. O estudo foi conduzido à luz do planejado acordo comercial entre a UE e os países do Mercosul Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O acordo UE-Mercosul eliminaria as tarifas sobre as exportações de agrotóxicos da UE para os países do Mercosul e reduziria os controles sobre os alimentos importados, o que significa que tanto o uso de pesticidas quanto os efeitos adversos devem aumentar acentuadamente.

Lis Cunha, ativista comercial do Greenpeace Alemanha, disse“Os gigantes químicos da UE exportam substâncias tóxicas para o Brasil, algumas das quais nem mesmo são aprovadas para uso dentro das fronteiras da UE, e a UE as reimporta como resíduos em alimentos. O acordo UE-Mercosul colocaria esse ciclo tóxico em marcha acelerada e consolidaria uma relação neocolonial e extrativista que favorece a UE. O acordo perpetua um modelo econômico que está destruindo nosso planeta, por isso estamos pedindo aos formuladores de políticas que enterrem o acordo UE-Mercosul de uma vez por todas”.

Marina Lacorte, ativista de alimentos e agricultura do Greenpeace Brasil, disse: “Os agrotóxicos já estão envenenando milhares de pessoas todos os anos no Brasil e matando milhões de abelhas, para citar apenas duas das muitas consequências. Então, quem se beneficiará com o acordo UE-Mercosul? Indústrias nocivas, como a indústria de agrotóxicos – mas certamente não as pessoas na Europa ou na América do Sul”.

Atualmente, mais de 3.000 produtos agrotóxicos comerciais estão registrados para uso no Brasil. Em fevereiro de 2023, 63% dos ingredientes ativos autorizados no Brasil não tinham autorização correspondente na UE . Um terço dos princípios ativos encontrados pelo estudo também são encontrados em agrotóxicos vendidos no Brasil pelas empresas europeias BASF e Bayer. Essas empresas devem se beneficiar do acordo comercial, que eliminaria as tarifas de mais de 90% das exportações de produtos químicos da UE, incluindo pesticidas.

Os ministros do Comércio europeus se reunirão em Bruxelas em 25 de maio para discutir o acordo UE-Mercosul.

Principais conclusões do estudo 

  • Das 52 amostras, 51 continham resíduos de agrotóxicos
  • Foram encontrados 27 ingredientes ativos: um biocida (clorato desinfetante), três herbicidas, dez fungicidas e 13 inseticidas
  • Seis dos ingredientes ativos encontrados não são aprovados ou proibidos na UE
  • Um terço das amostras continha o herbicida glifosato potencialmente cancerígeno
  • Mais de 90% das amostras contendo resíduos apresentaram um coquetel tóxico de até sete agrotóxicos diferentes
  • Mais da metade dos agrotóxicos encontrados nos limões brasileiros são considerados altamente perigosos porque representam um alto risco à saúde humana, aos animais ou ao meio ambiente.

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Este texto escrito originalmente em inglês foi originalmente publicado pelo Greenpeace Europe [   ].

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