Farsa ou tragédia: ainda no Japão, Lula ameaça repetir o desastre de Belo Monte na Foz do Amazonas

lula hiroshima

A usina hidrelétrica de Belo Monte é provavelmente um dos piores cometidos sob a batuta dos governos do PT que foram comandados pelos presidentes Lula e Dilma Rousseff.  Atualmente já existe uma considerável literatura científica documentando todos os efeitos perversos causados pela decisão de construir Belo Monte ao arrepio das evidências técnicas que mostravam o erro que seria cometido com a implantação deste projeto.

Ao longo da última eleitoral, o então candidato Lula emitiu palavras de compromisso com a sustentabilidade socioambiental da Amazônia, reconhecendo (ainda que de forma subliminar) os múltiplos erros que marcaram a construção e marcam o funcionamento de Belo Monte. Em seu discurso de posse, Lula alinhavou uma série de intenções em prol de um tênue compromisso com o desenvolvimento sustentável na Amazônia, o qual teria compromisso com a manutenção dos modos de vida das populações tradicionais, a começar pelos povos originários.

Mas passados pouco menos de cinco meses de governo, o agora presidente Lula parece inclinado a rasgar a fantasia da sustentabilidade e apoiar o insustentável projeto de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. Em declarações dadas no Japão durante o encontro do G-7, Lula sinalizou “que pode contrariar a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e tomar partido em favor da ala do governo que apoia a autorização da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O curioso é que o presidente Lula se pretende fazer de árbitro em uma questão em que sabidamente ele não tem conhecimento técnico, e quem tem já mostrou que o projeto apresentado pela Petrobras está mais cheio de furos que queijo suiço.

É importante destacar que, ao contrário dos primeiros dois mandatos presidenciais, Lula neste momento não possui nada que se possa chamar de um projeto de desenvolvimento econômico, muito menos de desenvolvimento econômico que não causa ainda mais destruição ambiental em uma região que já se encontra sob fortíssimo pressão após quatro anos de completa desregulamentação ambiental pelo governo de Jair Bolsonaro.

Pelo jeito, ao contrário do que muitos pesquisadores e ambientalistas esperavam, o novo governo está ficando cada vez mais parecido com o anterior no que toca à Amazônia.  Como Marina Silva já viu esse filme antes, ela provavelmente opte por pedir o boné muito antes do que eu imaginava.

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