Urgente! Observatório dos Agrotóxicos divulga base com os 232 agrotóxicos liberados pelo governo Lula

agrotoxicosCORTADA

Desde o início do governo Lula, o Observatório dos Agrotóxicos do Blog do Pedlowski vem monitorando os atos publicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tendo contabilizado a publicação de oito atos (5,6,15,16,22,26,30 e 32) que resultaram na liberação de mais 232 agrotóxicos no já gigantesco mercado brasileiro.

Após realizar o trabalho de compilar todos os agrotóxicos liberados, o Observatório dos Agrotóxicos agora divulga uma base com mais informações sobre cada um desses produtos, adicionando, por exemplo, as cidades e estados onde localizados os detentores dos registros. Isso pareceu importante, na medida em que não há muita informação sobre como esta distribuída essa rede de empresas que detém os registros.

Por outro lado, uma observação inicial leva à observação de que o processo de liberação de agrotóxicos no governo Lula está seguindo os mesmos procedimentos que foram criados pelo governo Bolsonaro, o que implica na aceitação de critérios rebaixados para a definição de toxicidade humana. Isto não apenas gera a falsa sensação de que os agrotóxicos aprovados não são perigosos, pois nenhum dos 232 agrotóxicos foi incluído na categoria de maior risco para a saúde humana, em que pese a presença de agrotóxicos conhecidos por serem causadores de câncer como é o caso do inseticida organofosforado Acefato.  Mas o acefato não é um caso isolado, pois vários outros agrotóxicos presentes na lista de aprovados do governo Lula já possuem farta documentação científica acerca de suas implicações sobre a saúde humana.

Agência Pública on Twitter: "Há alta incidência de casos de câncer e  malformação nas regiões de maior produção agrícola do Mato Grosso, campeão  no consumo de agrotóxicos do país. Saiba mais: https://t.co/l3LSyKKHb3

Por outro lado, a lista traz vários exterminadores de polinizadores como  é o caso dos inseticidas Imidacloprido e Fipronil, mas eles não são os únicos, o que gera uma enorme preocupação com o uso do aumento dessas substâncias no território nacional, especialmente em regiões que concentram a criação de abelhas.

Warning about the downside to insecticides

É importante notar que pelo menos 33% dos agrotóxicos liberados no governo Lula já se encontram proibidos na União Europeia, o que não impede que empresas europeias como a Basf e a Bayer, mas também a sino-suiça Syngenta, continuem enviando para cá produtos altamente perigosos, tanto para o meio ambiente como para a saúde dos brasileiros.

Por outro lado, a China continua sendo a principal fornecedora de agrotóxicos para o Brasil, com 65% dos produtos liberados em 2023 sendo produzidos diretamente na China, o que indica uma influência ainda maior do principal comprador da soja brasileira, visto que a Syngenta e a Adama que são agora controladas por empresas chinesas, também estão enviando seus produtos para o Brasil a partir de outros países, principalmente da Europa (ver figura abaixo).

mapa de paises

Há ainda que se notar que a grande maioria dos produtos aprovados estão destinados para uso nas grandes monoculturas, principalmente da soja. Com isso, fica clara um modelo de trocas imperfeitas, na medida em que o maior fornecedor de agrotóxicos é também o principal comprador deste grão, sendo que os produtos industrializados possuem maior valor agregado.

Há que se lembrar ainda que o que está ruim, ainda pode piorar mais se a bancada ruralista no Senado Federal conseguir aprovar o “Pacote do Veneno” na forma que foi enviado pela Câmara de Deputados.

Para os interessados em ter acesso ao banco de dados contendo as informações sobre os 232 agrotóxicos liberados desde janeiro pelo governo Lula, basta clicar [Aqui!].

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