
A Amazônia é um daqueles mitos fundacionais sobre os quais os militares e a extrema-direita brasileira gostam de depositar suas justificativas de destino manifesto. Mas se examinarmos melhor a situação sob o ponto de vista de algo que controla o comércio global, a Amazônia já deixou de ser brasileira para ser chinesa e estadunidense.
Falo aqui da requisição de patentes para explorar comercialmente uma série de produtos naturais que são obtidos a partir da flora amazônica, vemos que até 2022, o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) identificou a requisição de aproximadamente 44 mil patentes, sendo que deste total, 44% foram requeridas por empresas chinesas, e 9% por empresas estadunidenses. Em outras palavras, mais de 50% das patentes concentradas nesses dois países.
Uma postagem no site oficial do INPI, mostra queos pedidos ou depósitos de patentes de maior número com bionsumos foram relacionados ao Açaí (10,1%), Cupuaçu (5,6%) e Babaçu (4,9%). Como se sabe que empresas chinesas estão produzindo até peixes amazônicos em cativeiro, não será surpresa nenhuma descobrirmos que há mais recursos amazônicos que chineses e estadunidenses já patentearam.
Tentei acessar o relatório completo do INPI, mas o mesmo parece estar sob algum tipo de sigilo, o que pode ser mais um indicador do tamanho do problema que é causado pelo atraso tecnológico e pela falta de investimentos nas universidades públicas que lideram estudos com potencial de serem patenteados pelo Brasil.
Bom dia, o estudo sobre Bioinsumos da Amazônia está no link do site do INPI abaixo. O link que te passaram devia levar a uma outra parte do site que é restrita para servidores. Parabéns pela matéria.
https://www.gov.br/inpi/pt-br/assuntos/informacao/mapeamentotecnologiasbioinsumosdaamazonia.pdf
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Marcos, muito obrigado! Várias pessoas tinham solicitado acesso a este relatório!
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Pingback: Países fecham acordo sobre patentes e recursos genéticos
excelente, caro amigo
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Obrigado José Luís!
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