A postura agressiva de Lula contra a greve nas universidades federais mostra a sua real opção de futuro para o Brasil

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Lula fez diversas manifestações contra a greve realizada por professores e servidores de universidades e institutos federais

Em mais uma manifestação irritada contra a greve realizada por professores e técnicos de universidades e institutos federais, o presidente Lula declarou que não teria medo de reitores porque não que teriam sido eles que teriam “mordido” o seu dedo mindinho (aquele que ele perdeu em uma prensa mecânica nos tempos em que era metalúrgico).

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Essa é mais uma manifestação reveladora da postura do governo Lula curiosamente contra um segmento que o apoiou de forma majoritária durante o período em que ficou preso em Curitiba e também no duro embate eleitoral travado em 2022 contra Jair Bolsonaro.  É que ao negar algo minimamente próximo ao mesmo tipo de reposição salarial concedida à policiais federais e a policiais rodoviários federais (categorias que claramente formaram a linha de frente de apoio a Bolsonaro),  Lula mostra algo mais profundo que é o descompromisso com o fortalecimento das universidades e institutos federais cujos orçamentos estão muito aquém do que seria preciso para recuperar as perdas ocorridas sob Bolsonaro.

Ao negar o fortalecimento não apenas dos salários de professores e técnicos, mas principalmente a recomposição da condição orçamentária das universidades federais, Lula apenas confirma seu descompromisso com o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil.  É que até as emas do Palácio do Planalto sabem que é nas universidades federais que se produz mais de 90% da ciência nacional. Assim, ao se negar a recompor as perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos anos e manter as universidades em condição de penúria,  Lula literalmente mantém as linhas gerais adotadas por Bolsonaro.

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Enquanto o Brasil investe em uma agricultura altamente predatória, a China faz investimentos massivos em desenvolvimento científico e tecnológico

Apenas por comparação, a China que está se tornando a principal potência científica do mundo vem aumentando de forma consistente o orçamento investido em desenvolvimento científico e tecnológico.  Enquanto isso, a opção brasileira é por investir em torno de R$ 360 bilhões para apoiar principalmente o latifúndio agro-exportador que não precisa de muita tecnologia para produzir commodities que serão compradas majoritariamente pelos chineses que cada vez mais nos vendem produtos com alto valor agregado (curiosamente quase o mesmo valor investido pela China em desenvolvimento científico e tecnológico).  O resultado deste tipo de troca altamente desigual nós já sabemos: alto nível de desenvolvimento para os chineses, enquanto que para o Brasil sobra poluição de águas e solos pelo uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos, desmatamento e diminuição de recursos hídricos.

A questão que me parece clara é que os seguidos ataques de Lula ao movimento grevista nas universidades federais reflete mais a sua opção de país que ele quer que o Brasil seja do que qualquer preocupação com a falta de aulas para os estudantes. E no caso, o país que se desenha a partir dessas declarações que continuará atrasado tecnologicamente e cada vez mais dependente e controlado pelas oliquarquias agrárias que sempre controlaram os rumos da sociedade brasileira.

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