Porto do Açu: o mito do desenvolvimento e suas falácias são desvelados

O texto abaixo vindo do blog do economista e professor da UENF Alcimar Chagas desnuda um dos principais mitos que deram sustentação a todas as barbáries cometidas pelo (des) governo Cabral e seus parceiros privados contra a população de pescadores e agricultores do V Distrito de São João da Barra. É que os algozes sempre utilizaram o argumento de que estavam criando um novo ciclo de desenvolvimento econômico e, com isso, justificavam seus malfeitos.

Agora com essa análise baseada em estatísticas oficiais, o Alcimar Chagas demonstra que, pelo menos no âmbito da criação de postos de trabalho no comércio de São João da Barra, o efeito do Porto do Açu é quando muito nulo ou mesmo negativo.

Como amanhã (02/12) o deputado Roberto Henriques estará realizando uma audiência pública a partir das 10 horas na Câmara Municipal de São João da Barra exatamente sobre o Porto do Açu quem sabe ele possa usar uns poucos minutinhos para pedir explicações aos governantes e empreendedores de como isso se explica.

De minha parte retorno à obra de Celso Furtado “O Mito do Desenvolvimento Econômico” lançado em 1973 para dizer que o que se viu até agora no Porto do Açu foi muita espuma e pouco sabão  (ou seria muito sal e pouca feijoada?), pois esse retorno à uma base primária é parte de um engodo muito maior de que podemos ascender no processo de desenvolvimento sem tocar nas profundas desigualdades econômicas e sociais que persistem no Brasil e, principalmente, na região Norte Fluminense. 

Os investimentos do porto do Açu e seus reflexos no emprego no comércio em São João da Barra

Os saldos de emprego gerados em São João da Barra, no período de construção do Porto do Açu, evidenciam as contradições nos relatórios de impacto ambiental, que registram os impactos e as promessas de políticas compensatórias por conta das intervenções. Observem que as obras iniciam no final de 2007 e tem seu seu ápice em 2008. Ainda sem o impacto das obras, o ano de 2007 registra uma geração de 34 novas vagas no comércio. Em 2008, realmente observa-se um forte crescimento com o registro de 89 novas vagas no comércio. Em 2009 são geradas somente 10 vagas, em 2010 são geradas 28 vagas e em 2011 são geradas 39 vagas. Em 2012 observa-se um resultado negativo, onde as demissões superaram as admissões em 29 vagas e em 2013, até outubro, foram geradas somente 23 vagas. A conclusão que se chega é que as promessas de geração de emprego, em função das obras do porto do Açu, não se concretizaram. Somente nos anos de 2008 e 2011, o saldo de emprego superou 2007. Segundo esses indicadores do Ministério do Trabalho, os investimentos do porto do Açu não tiveram impacto no comércio, conforme promessa.

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