Abaixo segue uma matéria produzida pelo jornal O DIÁRIO acerca das novas evidências sobre o problema da erosão costeira na faixa litorânea entre o Porto do Açu e o Farol de São Thomé. De novo mesmo só o avanço dos estragos, pois o único ator que se manifestou sobre o assunto ( a Prumo Logística Global) continua se apegando a um artefato (o documento produzido pelo professor Paulo César Rosman da UFRJ) que tem pouca ou nenhuma sustentação científica.
O pior é saber que nos procedimentos legais para a emissão das licenças ambientais essa erosão estava prevista, ainda que sem noção da intensidade que tomaria. Nesse sentido, lamentável mesmo é o silêncio das autoridades ambientais em todas as esferas de poder.
Agora, o que a população da Barra do Açu e de outros localidades litorâneas ameaçadas pela erosão é que o prometido projeto envolvendo a Prumo, a SEMA, a Prefeitura de São João do Barra e o INPH saia do papel antes que toda a faixa litorânea seja afetada por esse processo que misterioso não tem nada.
Mar volta a avançar no Farol e causa estragos
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A Defesa Civil de Campos interditou novamente nesta quarta-feira a estrada litorânea que liga a localidade do Xexé, na praia do Farol de São Thomé, em Campos, ao distrito do Açu, em São João da Barra (SJB). O mar voltou a avançar e destruiu um novo trecho da estrada. Na Barra do Açu, em SJB, o mar atingiu ruas vizinhas à praia na última terça-feira.
O diretor da Defesa Civil de Campos, sargento Henrique Costa, explicou que a variante construída pela prefeitura no Xexé, após parte da estrada litorânea ter sido destruída no início do mês, não foi atingida. “Ela está intacta. Desta vez, o trecho destruído fica a 100 metros da variante, do Farol para o Açu”, disse ele.
Segundo Henrique, a saída será construir nova variante em outro lugar. Novas desapropriações deverão ocorrer, já que existem propriedades particulares no local. “A estrada tinha cerca de oito metros, mas com o avanço do mar, não tem agora três metros”, disse o sargento. A recomendação para os motoristas que estiverem no Farol, com destino ao Açu, é entrar em Baixa Grande.
No último dia 06, foi necessária a primeira interdição na estrada entre o Xexé e Maria da Rosa, no Cabo de São Tomé, devido à destruição de um trecho na curva situada nas proximidades da ponte sobre o Rio Açu. A construção da variante foi concluída no último final de semana e liberada ao tráfego de veículos. Para a obra, a prefeitura precisou de autorização do Parque Estadual da Lagoa do Açu, no Rio de Janeiro, já que a estrada fica dentro do parque.
Culpados – Na Barra do Açu, em SJB, não foi a primeira vez que o mar avançou e atingiu as ruas da praia. Em novembro do ano passado, duas barracas da orla foram destruídas. Dois meses antes, a água do mar atingiu a Avenida Atlântica. Na ocasião, uma equipe do Ministério Público Federal realizou uma inspeção no local. Em entrevista ao O Diário em outubro, o procurador da República em Campos, Eduardo Santos, disse que, além de causas naturais, o problema estaria sendo causado pelo impacto das obras do Porto.
Em seu blog, o professor Marcos Pedlowski, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), faz questionamentos quanto ao projeto, que seria financiado pela Prumo Logística, para identificar a causa e conter o avanço do mar no local. A elaboração do projeto ficaria a cargo do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPQ) e Secretaria de Estado do Ambiente.
Em nota, a assessoria da Prumo esclareceu que realiza um programa de monitoramento da dinâmica sedimentológica marinha e de erosões costeiras.
Além disso, a Prumo contratou a Fundação Coppetec para realizar um estudo sobre o tema, que foi coordenado por Paulo Rosman, engenheiro civil, Mestre em engenharia oceânica e Doutor em engenharia costeira, uma das maiores autoridades técnicas em engenharia costeira do país.
Os resultados obtidos até agora, a partir do monitoramento e estudo realizado pela fundação, demonstram que é inviável associar o estreitamento da faixa de areia em questão às obras de construção do quebra-mar do Terminal 2 (T2) do Porto do Açu.
A Pruno destaca ainda que estudos técnicos complementares estão sendo discutidos com o Inea e a Prefeitura de São João da Barra com participação técnica do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias – IPNH e Fundação Coppetec.
FONTE: http://www.odiariodecampos.com.br/mar-volta-a-avancar-no-farol-e-causa-estragos-18345.html
