
Uma matéria publicada no site do Jornal Folha da Manhã (Aqui!) contém uma declaração do superintendente do INEA em Campos, Renê Justen, que me obriga a pedir diretamente a ele que nos explica melhor o que está dizendo (assumindo que a declaração é realmente dele). Vejamos o que está na matéria da Folha da Manhã:
“De acordo com o superintendente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em Campos, Renê Justen, um estudo realizado em outubro do ano passado, na Barra do Açu, apontou que a causa da erosão e do avanço do mar não seria proveniente das obras do Porto do Açu, mas fruto de um processo natural, como o que ocorreu na praia de Atafona e no litoral de outros estados, como Bahia e Espírito Santo. “Um Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima) já previa o processo de erosão no Açu. O documento diz que a alteração não está associada às atividades de obras de dragagem do canal de acesso/atracação do Porto do Açu e da bacia de evolução”.
Agora vamos por partes sobre o que o honorável superintendente do INEA declarou, e que precisa de alguma clarificação:
1. o estudo a que ele se refere é o feito pelo professor Paulo Cesar Rosman a pedido da Prumo Logística Global.
2. o RIMA já previa o processo de erosão sim, mas causado pelo processo de construção do Canal de Navegação da OS(X). Esse mesmo RIMA dizia que a construção do Porto do Açu estaria gerando influências sobre o processo de remoção e deposição de sedimentos nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento!
Em função dessa clarificação, o que eu tenho a perguntar ao Sr. Renê Justen é simples:
— que tipo de monitoramento o INEA vem fazendo na área que está sendo erodida que permita descartar o Porto do Açu como vetor de influência na ocorrência do processo erosivo em curso naquela região?
E, sim, apontar para o estudo pago pela Prumo Logística não serve como resposta. Ao menos para mim e, com certeza, também para as milhares de pessoas que vivem sobressaltadas com a invasão do mar na Barra do Açu!