Em meio aos reclamos da população que vive no V Distrito de São João da Barra por causa de uma percebida piora na qualidade da água por causa da salinização, estou realizando visitas a diferentes pontais da região para coletar água e realizar medidas de condutividade elétrica nas amostras. Esse é um projeto que deverá ocorrer ao longo de 2015, e por causa de critérios básicos de validação científica, não posso ainda afirmar categoricamente o que, de fato, está ocorrendo nas diferentes localidades onde o fenômeno da salinização está sendo notado pelos moradores.
Mas sobre um local específico eu posso me manifestar por causa das repetidas medidas de condutividade que realizei em amostras coletadas. Falo da propriedade rural do Sr. Durval Alvarenga que está localizada nas imediações da localidade de Água Preta, e que foi um dos pontos mais atingidos pela água salgada que saiu do aterro hidráulico do Porto do Açu. Pois bem, estive novamente no ponto onde o sal se acumulou, e coletei uma amostra cujo valor alcançou 5.760 μS/cm, o que equivale a cerca de 10% do encontrado na água do mar. Por qualquer parâmetro que se utilize, essa água é inviável para o consumo humano e usos agrícolas. Além disso, esse resultado demonstra que a propalada característica pontual (no tempo e no espaço) da salinização causada pela água que escapou do aterro hidráulico não se sustenta.
Enquanto isso, o Sr. Durval continua sem sequer receber uma visita dos responsáveis pelo empreendimento para tratar do ressarcimento das perdas econômicas (ao menos para o Sr. Durval elas são gigantescas e com efeitos extremamente perversos) que ele acumula desde Novembro de 2012 quando as águas salgadas invadiram a parte mais produtiva da sua propriedade.
