Estive esta tarde no que ainda resta da Avenida Atlântica, via pela qual se transitava na maior parte da Praia do Açu. A visita foi marcada pela busca espontânea de moradores que se declaravam ultrajados com o descaso com que esse problema tem sido tratado pelos gestores públicos e privados que deveriam estar vindo a público assumir suas responsabilidades.
Uma moradora de mais de 20 anos da Praia do Açu estava particularmente revoltada com a única medida tomada pela Prefeitura Municipal de São João da Barra em face do avanço inclemente das ondas, qual seja, a retirada dos paralelepípedos que serviam como cobertura asfáltica ao trecho que ainda restava da Avenida Atlântica (ver imagens abaixo). Para ela, algo além desse paliativo deveria estar feito, visto que depois da avenida cair, a próxima coisa a desabar será sua residência.
Uma coisa que sempre me vem à mente quando tenho esses encontros dramáticos com os afetados pelo Porto do Açu é de como as autoridades de São João da Barra podem permanecer aparentemente inertes ao drama que está se desenrolando não apenas na Praia do Açu, mas em outras partes do V Distrito. E olha que na Barra do Açu vivem o prefeito Neco e o vereador Franquis Arêas!
Mas, convenhamos, que as responsabilidades sobre o que está acontecendo vão além de prefeito e vereadores, visto que a ocorrência deste fenômeno estava prevista no EIA/RIMA a partir dos quais foram emitidas licenças ambientais pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para a construção da Unidade de Construção Naval e do Canal de Navegação do Porto do Açu conforme solicitação da OS(X)..
De toda forma, há que se salientar que existem alternativas técnicas para conter o problema, e não há porque aceitar que a única medida adotada seja salvar um punhado de paralelepípedos. Afinal de contas, à população da Barra do Açu não pode ser dito que sua única saída é vigiar o avanço do mar. Simples assim!


