
Após exatos cinco meses desde o incidente que vitimou Bento Rodrigues e toda a bacia hidrográfica do Rio Doce, a Mineradora Samarco (Vale + BHP Billiton) continua seu jogo de negar o óbvio para escapar de suas múltiplas responsabilidades sociais e ambientais.
O impressionante é que no Brasil tem gente na cadeia pelo roubo de livros para estudar ou até de comida para alimentar filhos famintos. Enquanto isso, os proprietários e funcionários da Samarco continue literalmente impunes pelo maior desastre causado pela mineração nos últimos 100 anos em todo o planeta!
É ou não uma completa falta de vergonha?!
Diretor da Samarco nega vazamento de rejeitos de minério no Rio Doce
O Ministério Público de Minas Gerais, no entanto, entrou com ação pedindo que a empresa interrompa o vazamento da lama em Fundão

Imagens aéreas mostram foz do Rio Doce após chegada da lama. Foto Secundo Rezende
“Hoje não há lama vertendo da barragem para o Rio Doce”. É isso o que afirma o diretor de Projetos e Ecoeficiência da Samarco, Maury de Souza Junior, em relação à contenção dos rejeitos de minério que tomaram conta do Rio Doce. No entanto, há divergências sobre essa informação. O Ministério Público Estadual de Minas Gerais entrou com uma ação nesta segunda-feira (4) para que a mineradora interrompa o vazamento de lama para o curso d’água
Uma barragem de minério da empresa se rompeu, em Mariana (MG), em novembro do ano passado. O fato provocou um grande desastre ambiental com impactos em Minas Gerais e no Espírito Santo. Segundo Maury de Souza, a empresa construiu um dique na região do rompimento da barragem de Fundão e o vazamento dos rejeitos de minério foi interrompido. “Já faz uns 20 dias que não desce uma gota. Não está vertendo lama da barragem para o Rio Doce”, garantiu.
Apesar da alegação do diretor da Samarco, o Ministério Público Estadual de Minas Gerais entrou com uma ação contra a empresa, na segunda-feira (4), pedindo que a mineradora tome medidas para interromper o vazamento de rejeitos de minério que atinge a Bacia Hidrográfica do Rio Doce desde novembro do ano passado. Ao ser questionado sobre essa ação, Maury de Souza declarou que não sabe de onde o Ministério Público tirou essa informação.
Nível de metais pesados é normal, afirma diretor
Sobre os impactos causados pela lama à fauna aquática, o diretor da Samarco disse que estudos da empresa apontam que os níveis de metais pesados encontrados nos peixes do rio são considerados normais, diferentemente dos índices verificados nos animais da foz, em Regência.
Um laudo produzido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio) apontou alta concentração de metais pesados nos peixes coletados na foz do Rio Doce. No roncador, por exemplo, foram verificados níveis de arsênio 140 vezes acima do permitido. A pesca está proibida entre Barra do Riacho, em Aracruz, e Degredo, em Linhares.
FONTE: http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/04/noticias/cidades/3937110-diretor-da-samarco-nega-vazamento-de-rejeitos-de-minerio-no-rio-doce.html