Em uma matéria assinada pelo jornalista Paul Kiernan, o Wall Street Journal tratou de forma bem explícita as descobertas da Polícia Federal sobre as causas do TsuLama da Mineradora Samarco (Vale+ BHP Billiton) (Aqui!). E a coisa fica explicita logo no título e subtítulo do artigo da matéria (ver figura abaixo).

É que enquanto o título diz “Polícia brasileira afirma que a joint venture da BHP e Vale é culpada pelo desastre do reservatório”, o subtítulo termina o trabalho dizendo que “Investigadores dizem a Mineradora Samarco sabia dos problemas do reservatório por anos antes de sua ruptura”. Depois disso, são oferecidos parte dos mesmos detalhes já apresentados na mídia brasileira.
Entretanto, uma fala do delegado Roger Lima de Moura para mim expressa uma ênfase que difere da cobertura dada no Brasil. É que segundo ele, a barragem de Fundão estava “doente, e que seus constantes problemas, obrigavam a realização continua de reparos“. Em outras palavras, o TsuLama sempre foi uma questão de tempo, e que sua ocorrência em 5 de Novembro era esperada pelas responsáveis das mineradoras que informações suficientes para impedir a sua ocorrência, e optaram por não fazê-lo.
Um efeito desta matéria é complicar a situação das três mineradoras no mercado de ações, já que o Wall Street Journal é um daqueles veículos que são acessados por investidores e por operadores de mercado para determinar quais empresas estão em condições saudáveis o suficiente para que tenham suas ações adquiridas. E essa é para mim uma ironia, pois todo o esforço feito para diminuir custos e aumentar a lucratividade das ações (o que consequentemente atrai mais compradores) agora vai água abaixo com as revelações contidas na matéria assinada por Paul Kienan.