Eu andava saudoso de uma daquelas matérias positivas sobre as nunca demonstradas potencialidades do Porto do Açu para alavancar o desenvolvimento regional do Norte Fluminese. Mas eis que hoje, a minha saudade foi saciada! É que numa daquelas peças simpáticas ao porto que já foi do ex-bilionário Eike Batista e seu império de empresas pré-operacionais, sou informado pelo jornal Terceira Via que o “Açu está de mar aberto para o mundo” (seja lá o que isso signifique!) (Aqui!).
O problema começa quando verifico a lista de empresas que já estão no Açu e as que estão mas ainda não chegaram. É que para começo de conversa, a maquete dos tempos de Eike Batista era mais povoada de grandes nomes do que a construída pela Prumo Logística Global (ver a maquete na reprodução abaixo parcial da matéria abaixo).

Da lista de empresas que já estariam instaladas, ou em função de instalação, no Porto do Açu salta aos olhos a inclusão da própria Prumo Logística que, afinal, é a atual proprietária do empreendimento. Se a Prumo não estivesse lá, quem estaria? Mas de toda forma é uma forma de enriquecer um portfólio que continua beirando o sofrível.
Além disso, me surpreende negativamente a citação de que a novidade do Porto do Açu para 2016 é uma série de projetos cuja viabilidade não depende dela, mas de um governo federal totalmente em crise, seja do ponto de vista econômico, financeiro ou político. Assim, apontar para projetos de futuro completamente nebuloso como a interligação dos modais rodoviário e ferroviário é acima de tudo um reconhecimento de fragilidade, e não de força.
Pelo que mostra esta matéria, a verdade é que o mar não está para peixe no Açu, e com tendências a piorar. Eu explico! É que dado o agravamento dos conflitos em torno da propriedade das terras que foram desapropriadas e não pagas pelo (des) governo do Rio de Janeiro, a Vallourec, que segundo a matéria é até o momento a única empresa que confirmou sua instalação no ainda imaginado Polo Metalmecânico que deverá ser instalado no Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB), vai acabar optando por algum lugar menos conflituoso.
Finalmente, como já afirmei em outras ocasiões, o Porto do Açu continua sendo mais promessa do que realidade. Enquanto isso, os custos sociais e ambientais associados ao empreendimento continuam se acumulando.