
Como fui bancário na adolescência sei bem o que é trabalhar em instituições cujo propósito é apenas gerar lucros fabulosos para seus donos, deixando para clientes e trabalhadores todos os custos criados para garantir que banqueiros sejam bilionários.
Hoje estive numa agência para sacar algum dinheiro e lá encontrei filas homéricas de pessoas que tentavam fazer o mesmo que eu ou mesmo outras coisas nos caixas automáticos. Aliás, sempre que uso uma das dessas máquinas me sinto como se fosse empregado e não cliente.
A verdade é que a existência desses máquinas e também da possibilidade de resolver problemas via a internet não diminui em nada o trabalho dos bancários. É que o avanç oda tecnologia implicou não apenas na multiplicação das tarefas dentro das agências, como também foi usada para ter menos pessoas atuando dentro dos bancos. Em outras palavras, mais trabalho e com menos pessoal para executá-lo.
Além disso, considero escandaloso que os bancos brasileiros que auferem algumas das maiores taxas de lucros do mundo não queiram sequer repor o valor da inflação anual nos salários de seus empregados. A reposição da perda inflacionária não deveria sequer ser objeto de negociação, mas a ganância dos banqueiros faz com que muitas vezes os sindicatos sejam obrigados a aceitar até menos do que foi perdido com a inflação.
Por isso, sempre que encontro alguém reclamando da greve dos bancários, lembro a essa pessoa que leve em conta o lucro absurdo que os banqueiros alcançam com a exploração do trabalho desses profissionais.
Eu prefiro sempre apoiar os bancários do que sequer cogitar em me sensibilizar com os banqueiros que não passam de parasitas do sistema econômico capitalista.