
A primeira a colocar a cabeça de fora na defesa da farra fiscal que causou o colapso financeiro do estado do Rio de Janeiro foi a Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan). Já nesta segunda-feira (31/10) foi a vez da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio) a fazê-lo em grande estilo ao colocar um anúncio na mídia corporativo para vender a farra fiscal como solução e não problema.

E apesar de toscos os argumentos da Fecomércio certamente terão eco ao vincular positivamente a concessão descontrolada e desordenada de generosidades fiscais à oferta de empregos, desenvolvimento e crescimento.
Mas não custa nada lembrar que algo em torno de R$ 200 bilhões de desperdício, o estado do Rio de Janeiro está em profunda crise, com tendências ao esvaziamento econômico e atolado numa crise abissal.
Assim, me desculpem os idealizadores da campanha publicitária da Fecomércio RJ, essa campanha não tem qualquer relação com a realidade dos fatos. Entretanto, como propaganda é ideologia e não compromisso com a realidade, dá para entender o esforço em legitimar algo que tem sido certamente muito benéfico para o setor.
Eu me pergunto: quantos dos beneficiados pela farra fiscal são sócios da Fecomércio? Essa seria uma informação excelente para desvendarmos o alcance da trilha das concessões.
Agora, uma coisa é certa: se a Firjan e a Fecomércio estão colocando a cara de fora para defender a farra fiscal, o sinal de alerta já foi ligado por seus dirigentes em relação aos efeitos da decisão tomada pela 3a. Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro. É preciso lembrar que um dos aspectos mais sólidos da sentença proferida pelo juiz Marcelo Martins Evaristo da Silva se refere à necessidade do (des) governo do Rio de Janeiro informar em 60 dias quem foi beneficiado e em quanto pela farra fiscal.