Danos irreparáveis à Amazônia podem acelerar irreversivelmente a mudança climática, escreve Esther Gillingham, da Cafod
A missão do presidente eleito Jair Bolsonaro de “mudar o destino do Brasil” (Report, 29 de outubro) parece destinada a abolir a proteção ambiental e exacerbar o derramamento de sangue ligado à exploração não regulamentada da Amazônia.
Por uma década, o Brasil tem sido o país mais perigoso do mundo para defensores do meio ambiente e da terra. Corajosas comunidades indígenas e sem terra rurais estão sendo mortas com pouco recurso à justiça. A impunidade e a falta de um Estado de Direito exacerbaram essa tendência – dos 1.270 assassinatos desde 1985 ligados ao conflito de terras no Brasil, menos de 10% chegaram ao tribunal.
As propostas políticas do Partido Social Liberal de Bolsonaro para deter a demarcação de terras indígenas, abrir as reservas existentes para minerar e perseguir movimentos sociais que protegem os defensores ambientais afetarão a todos nós. Danos irreparáveis à maior floresta tropical do mundo ameaçam acelerar irreversivelmente as mudanças climáticas para as gerações futuras em todo o mundo.
Esther Gillingham
Oficial de Programa do Brasil da Agência Católica para o Desenvolvimento no Exterior (CAFOD) do Reino Unido
Texto publicado originalmente em inglês [Aqui!]