Nas praias, o recolhimento do óleo é feito por voluntários, funcionários de órgãos ambientais estaduais, municipais e federal, além dos militares. Leo Malafaia / AFP
Diante da inépcia e inércia demonstrada pelo governo Bolsonaro em relação ao gravíssimo incidente ambiental causado pelo derramamento de óleo cru no litoral nordestino, em uma carta assinada conjuntamente pela Fundação Fiocruz (Fiocruz), pelo Instituto Ageu Magalhães (IAM) e pelo Laboratório Saúde, Ambiente e Trabalho (Lasat) é apresentada a demanda a de que seja decretada situação de emergência em saúde pública em todos os estados e municípios atingidos , com base na portaria no 2.952 de 14/12/2011 do Ministério da Saúde (ver imagens abaixo).
A carta alerta ainda que “o desastre tem afetado a todos de forma muita negativa em diferentes dimensões e níveis“. Dentre os impactos econômicos, a carta destaca que “a população de baixa renda que depende dos negócios no litoral, tem atuado de forma voluntária, apesar da falta de material e preparo, na retirada do óleo com o intuito de não prejudicar na sua renda familiar de subsistência, no período do ano mais produtivo“.
Os signatários da carta apontam ainda que a cadeia produtiva pesqueira artesanal também vem sendo prejudicada, e que a liberação do seguro defeso só atende a “30% dos pescadores e pescadoras, deixando os demais em estado de ainda maior vulnerabilidade social.” Mas também é frisado o impacto que também está ocorrendo na atividade hoteleira e de bares e restaurantes, com fortes repercussões na economia local.
Do ponto de vista dos graves impactos sobre a saúde pública, a carta lembra que seria “importante a compreensão da gravidade da situação e a implementação de medidas precaucionárias aos danos futuros na saúde“, pois seria “preciso ter a garantia da
qualidade das águas do mar, dos mananciais e da saúde pública“.