Se ficasse apenas nas declarações explícitas do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, e de um dos ex-ministros da Educação, no caso falo de Milton Ribeiro, de que o acesso à educação superior deveria ser restringida aos pobres, impedindo assim a sua necessária democratização em país marcado por graves desigualdades educacionais.
O problema é que o resultado do somatório das políticas econômicas de Paulo Guedes com a transformação do MEC em uma espécie de balcão de negócios já produziu efeitos claros no que tange à disposição dos jovens brasileiros em buscar acesso a cursos universitários, como mostra o gráfico abaixo que mostra uma diminuição de 60% no número de inscrições para o chamado Sistema de Seleção Unificada (SISU) entre 2015 e 2016.
A verdade é que essa diminuição de inscrições representa mais um “sucesso” do governo Bolsonaro, algo equivalente ao que este (des) governo tem feito em relação à proteção ambiental, especialmente na Amazônia brasileira.
O problema é que este dano todo não será revertido facilmente, especialmente se o próximo presidente, mesmo que Jair Bolsonaro não seja reeleito, insista em aplicar fórmulas que não vão ao âmago dos problemas nacionais.
Considerando os 7,7 milhões de estudantes como o pico de inscrições e para não ignorar totalmente os demais números, ainda durante o governo Dilma tivemos uma discreta redução de 10% que pode ser considerada como uma flutuação do número de jovens; após o golpe articulado pelo ex vice presidente tivemos uma queda para 35% talvez fruto do congelamento do orçamento a partir do estabelecimento do Teto de Gastos e depois vem toda esta queda imposta por este governo.
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Ué, os números de 2019, primeiro de Bolsonaro, estão acima de 2011-2012. E qual seria o fenômeno que explicaria isso num declínio que vem desde 2015? E a evasão? E a expansão batendo no teto do caos do ensino básico? E a falta de empregabilidade dos formandos?
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Prezad oWalmir, vamos aos números. Não sei se você lembra, mas o SISU começou a funcionar no segundo semestre de 2010 e o número de inscrições teve um aumento evidente até 2015, Em 2016, o ano do golpe parlamentar contra Dilma Rousseff que resultou na chegada de Michel Temer ao assento de presidente marca o início do decréscimo de inscrições, tendência que piorou bastante durante o governo Bolsonaro. A explicação para a diminuição, como você sinalizou, foi o aprofundamento da crise econômica em combinação com a diminuição das políticas de financiamento por parte do governo federal. Quanto ao caos no ensino básico, me parece que a transformação do MEC em uma espécie de balcão de negócios com os pastores amigo do presidente realmente teve um impacto forte na degradação do ensino básico. Isto sem falar na sucessão de ministros fraquíssimos que foram colocados no MEC. E nesse período de profunda crise econômica e social iniciado a partir de 2019, quem foi mesmo o presidente? Ah sim, Jair Bolsonaro.
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Analisando o gráfico fica claro que a redução começou em 2015 (Governo Dilma), ou seja, vem mantendo um padrão de governos anteriores. Texto extremamente tendencioso, ainda mais vindo de um mestre em Geografia, no qual deveria analisar o contexto todo, e não apenas o resultado final.
Se houve redução a partir de 2015, a causa não está no governo atual, mas sim no contexto vigente em tal ano, no caso final do mandato de Dilma.
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Beth, tente olhar de novo, com lentes menos tendenciosas. O ano de 2015 é o ano de pico das inscrições no SISU e não o início da queda, ainda sob o governo Dilma. O início da queda ocorreu em 2016, sob o governo de Michel Temer, tendência que vai se acelerando a chegar a menos 60% em relação a 2015 (governo Dilma) sob a batuta de Jair Bolsonaro e seus vários ministros incompetentes. Por isso, me parece que a sua leitura não se resiste aos fatos. E aí não é preciso nem ser mestre em Geografia para te dizer isso. Basta apenas não ser apoiador do atual presidente. Assim, sugiro que tente de novo.
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