Desde 1º de janeiro até domingo (4), Amazônia teve 58 mil focos de queimadas, total que representa 20% a mais do que o registrado em 2021
Jair Bolsonaro é um aliado preferencial na destruição orquestrada pelo agronegócio na Amazônia
O dia de ontem (5 de setembro) é marcado por ter sido definido como o “Dia da Amazônia” para celebrar a biodiversidade e os povos que transformaram aquela parte da Terra em um berçário de vida e importantes serviços ambientais. Mas ao em vez de termos celebrações e, mais importante ainda, políticas para garantir a proteção e o uso racional da biodiversidade amazônica, o que as imagens de satélite mostram que no “Dia da Amazônia” boa parte de região estava ardendo em chamas (pontos vermelhos) e coberta por uma espessa camada de fumaça (ver imagens abaixo).
Se a dramaticidade dos acontecimentos em curso na Amazônia não são suficientes com imagens congeladas, mostro abaixo um pequeno clipe da espessa camada de fumaça que cobre boa parte da bacia, em uma demonstração que a insanidade dos operadores do agronegócio (desde aqueles sentados confortavelmente em um algum “headquarter” corporativo do hemisfério até o operador de trator que desmata usando correntão para deixar o patrão brasileiro ainda mais rico) não tem limites.
Como venho mostrando de forma repetida em diferentes postagens, não há nada de muito avançado na lógica que o agronegócio utiliza para destruir os ecossistemas amazônicos, na medida em que o que vale mesmo é o avanço da mancha de desmatamento e de degradação sobre áreas intocadas, na medida em que as áreas antigas perdem rapidamente a capacidade de gerar produção sem pesados investimentos, coisa que os operadores do agronegócio não querem nem pensar em ter de fazer.
O problema é que a conta desta destruição virá na forma de secas prolongadas, dentro e fora da Amazônia, o que agravará o processo de ressecamento de áreas extensas do planeta, inclusive no Brasil. Com isso, a possibilidade é de que tenhamos um agravamento das mudanças climáticas que, por sua vez, ameaçarão as áreas que ainda possuem florestas relativamente intactas, criando uma espécie de feedback positivo que poderá resultar na realização da hipótese da savanização da Amazônia.
E tudo isso para quê? Apenas garantir que o agronegócio gere ainda mais riqueza para um grupo diminuto de pessoas. Ah, e antes que eu me esqueça: em vez de matar a fome, com sua voracidade por devorar florestas, o agronegócio está preparando um ciclo de fome sem precedentes na história moderna.
Obrigada Marcos.
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