Manifestações pró-Bolsonaro no 7 de setembro sofrem encolhimento, apesar de continuarem estridentes

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A captura do dia 7 de setembro pela campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro ainda será estudada pelos historiadores e cientistas sociais do futuro.  É que hoje se completam os duzentos anos da independência política do Brasil, mas que são marcadas pela presença ostensiva de apoiadores de um governo claramente anti-nacional, apesar de todo o discurso em contrário. É que tendo entregue estatais estratégicas ao controle de governos estrangeiros (o da China inclusive), o governo Bolsonaro completou sua obra com uma escancarada abertura à influência de grupos estrangeiros que aagenda, ainda que informalmente, por exemplo, na exploração ilegal de ouro na Amazônia.

Do ponto de vista interna, o governo Bolsonaro implantou políticas que agravaram a fome e a miséria, e tornaram insustentáveis as vidas de milhões de brasileiros. Com seu nacionalismo castiço, Bolsonaro criou um país que não tem empregos, pois aliados como Luciano Havan aproveitam os incentivos para inundar o comércio brasileiro com bugigangas que ninguém mais consome. 

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As multidões (pequenas e barulhentas) que estão hoje nas ruas para apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro atendem ao seu chamado por se enxergarem como parte dos milhões que sofrem os efeitos desse governo anti-nacional e anti-povo. Apenas podemos entender essa adesão se olharmos para a estrutura social herdada do período colonial escravocrata que ainda se mantém relativamente intacta. É apenas a negação de olhar para a história brasileira pode explicar que segmentos das classes médias baixas possam aderir a um governante que só tem agido para precarizar suas vidas.  É o poder da ideologia obscurecendo o entendimento da realidade, pura e simplesmente.

A boa notícia é que apesar de estridentes, as multidões bolsonaristas encolheram até no Rio de Janeiro

Imagens aéreas se espalham e internautas apontam que 7 de setembro  bolsonarista em Brasília fracassou: “flopou” - Brasil 247

Pessoas honestas que olham hoje para as pequenas multidões bolsonaristas ficam impressionadas com a quantidade de pessoas que ainda saem às ruas para apoiar Jair Bolsonaro.  O grau de impressão que é causada varia do estado onde a manifestação ocorre para aquela onde ela é mostrada.  Eu que moro em um estado fortemente controlado pela ideologia bolsonarista não me impressiono mais, pois já multidões muito maiores, por exemplo, no período anterior ao golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff em 2016.

Ao menos nas imagens que vi de Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, o grau de estridência foi o costumeiro, mas as quantidades foram visivelmente menores.  Além disso, o uso de imagens fechadas para mostrar o apoio a Bolsonaro é uma demonstração a mais que está se tentando inflar a real afluência aos atos, pois quando as imagens são abertas, é possível ver que não é tanta gente assim (apesar de ainda serem muitas).

O resultado final disso é que nem estamos tendo o golpe de estado que é temido para o segundo sete de setembro seguido, nem houve uma mudança para cima dos presentes nos atos. O resultado disso é que a única esperança real de que os ideólogos da campanha presidencial de Jair Bolsonaro podem ter é que o uso extensivo das imagens fechadas sirva para aquecer uma campanha que nem o aporte milionário tardio em auxílio financeiro para os pobres está aumentando as intenções de voto. 

E com um detalhe: o relógio para o dia do primeiro turno continua avançando de forma inapelável.

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