O pifio discurso de um presidente que não gosta do seu povo

bozo derrota

Após quase 48 horas em que se colocou em uma espécie de silêncio obsequioso, durante as quais seus apoiadores “raiz” tentaram empurrar o país para uma crise institucional grave, o ainda presidente da república Jair Bolsonaro pronunciou em dois minutos um dos discursos mais pífios que um chefe do executivo federal já pronunciou nos 133 anos da república brasileira. Com a boca e gestos contritos, Bolsonaro não teve a hombridade de reconhecer que perdeu uma eleição que ele mesmo emporcalhou com seus truques baixos, fake news, liberações descontroladas de recursos públicos e, por último, com a tentativa de impedir que milhões de nordestinos pudessem exercer o direito democrático do voto.

O pior é que enquanto isso, seus apoiadores se colocavam debaixo de chuvas de bombas lançadas por forças policiais que estavam seguindo uma decisão judicial que buscava restabelecer o direito constitucional de ir e vir nas estradas brasileiras (ver vídeo abaixo de uma dessas situações no município gaúcho de Novo Hamburgo onde Jair Bolsonaro teve 68,5% dos votos no segundo turno).

Mas nem para os seus próprios eleitores que ficaram sob chuva de bombas para defendê-lo, Jair Bolsonaro teve a iniciativa de se dirigir de forma a reconhecer o sacrifício. Em vez disso, Bolsonaro preferiu lançar um ataque genérico contra “a esquerda” que teria usado no passado, os mesmos métodos que seus seguidores estão usando desde ontem nas estradas brasileiras. Em outras palavras, não conseguiu usar seus parcos dois minutos para algum tipo de aceno para sua própria base, a qual acabou merecendo uma crítica por copiar os métodos dos adversários.

Aliás, se não teve palavras de conforto nem para seus apoiadores que levavam bombas por sua casa, o que dizer dos demais brasileiros, incluindo aqueles mais de 30 milhões que hoje vivem passando fome. Uma palavra para as famílias dos quase 700 mil mortos pela COVID-19? Isso nem pensar porque, já sabemos, seria fazer algo do qual Jair Bolsonaro é incapaz, assumir suas próprias culpas.

A única coisa boa da pantomima burlesca que Jair Bolsonaro levou a cabo durante suas 48 horas de silêncio foi que ele mostrou a sua completa insignificância. Com isso dado, o futuro presidente Lula terá que se preocupar menos com uma figura que seguramente já se encaminha para a chamada lata de lixo da história. Afinal, nem João Baptista Figueiredo (o último presidente ditador gestado pelo regime militar de 1964) conseguiu gerar tanto asco no povo brasileiro. Aliás, para quem não se lembra, Figueiredo disse com toda a sinceridade que as pessoas deviam esquecê-lo após sua saída do cargo. Bolsonaro bem que podia ter imitado Figueiredo nessa promessa.

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