O Portal UOL traz hoje uma matéria assinada pelo jornalista Pedro Canário que mostra como a multinacional sino-suiça Sygenta agiu para ludibriar a ação de fiscais de modo a impedir que eles detectassem o uso de forma ilegal um componente altamente tóxico em três de seus agrotóxicos (Engeo Pleno, Engeo e Karate).
A certeza da impunidade era tão grande que os fiscais do IBAMA contra quem a ação de logro estava planejada acabaram encontrando instruções escritas de como os trabalhadores da fábrica da Syngenta em Paulínia (SP) deveriam agir para impedir que o uso do bronopol, um produto altamente tóxico para a vida aquática, fosse detectado (ver imagem abaixo).
Essa situação envolvendo uma multinacional que hoje aufere lucros fabulosos vendendo venenos agrícolas no Brasil, muitos deles banidos em outras partes do mundo, é altamente reveladora dos graves problemas que cercam a produção e comercialização desses produtos em território nacional. É que com esse caso, a Syngenta demonstra não estar diposta a seguir nem a legislação relativamente branda com a qual o Brasil regula a produção e comercialização de produtos altamente tóxicos que, como se vê, afetam compartimentais ambientais estratégicos para a manutenção da vida.
O mais curioso na matéria é descobrir que uma juíza acabou por aceitar os argumentos da Syngenta que pleiteava uma punição muito mais branda do que a devidamente merecida pela empresa por conscientemente fabricar produtos ilegais que depois serão usados como se seguissem as determinações aprovadas para a produção dos mesmos.
A coisa é muito grave, pois não se sabe exatamente quantos agrotóxicos produzidos pela Syngenta estão sendo adulterados já no interior de suas fábricas. Isto sim deveria merecer uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, pois o que está sendo revelado representa um grave crime sendo cometido contra o Brasil.