A atual reitoria da UENF é definitivamente um símbolo marcante das políticas de privatização do Estado que foram aplicadas pela dupla Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. A UENF, que vive uma grave crise financeira, não para de dar maus exemplos de como se deve gerir uma universidade que foi criada para dinamizar e alavancar o processo de desenvolvimento econômico do Norte/Noroeste Fluminense.
Num longo corolário de concessões às políticas privatistas ditadas pela dupla Cabral/Pezão, duas recentes mostram a face mais escancarada de um neoliberalismo canhestro. A primeira foi a militarização da segurança interna, sob a desculpa de aplacar a incapacidade de pagar a segurança privada. Com isto, a UENF paga à Polícia Militar para que esta realize serviços que deveria prestar de graça e, pior, com o uso de profissionais que terão de abrir mão de sua merecida folga para ter acesso a uns míseros trocados. Mais neoliberal do que isso é quase impossível, mas a reitoria da UENF tenta!
Essa tentativa fica transparente no modelo de funcionamento do bandejão que será totalmente privatizado e dependente de verbas federais e do estado para que um preço relativamente caro em relação ao resto do país seja suavizado para os estudantes, enquanto professores e servidores técnicos não terão subsídios, sob a desculpa de que recebem vale refeição. O que a reitoria da UENF propositalmente esquece é que o vale refeição dos servidores da UENF teve seu último reajuste há quase uma década!
O essencial disto tudo é que essa marcha para a privatização já está presente em outras áreas, e representa um sucateamento do projeto político pedagógico e institucional que foi idealizado por Darcy Ribeiro. Este avanço das políticas neoliberais precisa ser contido com a máxima urgência na UENF. Do contrário em um dia desses a reitoria vai decretar o pagamento de mensalidades escolares sob a desculpa de que esse é o único jeito de fazer a instituição funcionar!