A população das ruas mais próximas da orla da Praia do Açu está vivendo dias de apreensão com o avanço das águas oceânicas sobre pontos que até recentemente era impensável que chegariam. Agora com o período de marés altas, os dias estão se sucedendo e água está invadindo a comunidade, coisa que moradores antigos testemunham nunca ter visto em suas vidas, as quais foram passadas naquele que já foi um dos principais balneários da região.
E o que os responsáveis por oferecer respostas práticas sobre o problema fazem? Via de regra o único órgão que vem se manifestando é a Defesa Civil de São João, mas apenas para oferecer respostas lacônicas que procuram oferecer um cenário de calma e tranquilidade que quem observa a situação mostrada nas imagens abaixo, e que foram produzidas na manhã desta 5a. feira, não consegue compartilhar.
Como o pico da maré alta ainda não ocorreu, as cenas acima que mostram a tomada da área entre os postos de Saúde e de Polícia poderão se alastrar pelo resto da comunidade, causando graves perdas a uma população que já não tem muito para perder.
A minha expectativa é que o novo superintendente regional do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), o Sr. Luiz Fernando Felippe Guida, tire o seu órgão da inércia e envie técnicos para avaliar o avanço do processo erosivo na Praia do Açu, de modo a acionar a Prumo Logística Global para que comece a realizar as medidas de contingência que, porventura, tiverem sido previstas nos EIA/RIMAs do Porto do Açu e da Unidade de Construção Naval da OS(X) que previam alterações ambientais em função da implantação destes empreendimentos.
De quebra, espero que o Ministério Público Federal acione a Prefeitura de São João da Barra, o INEA e a Prumo para que saiam do estado de omissão em que se encontram e comecem, finalmente, a fazer algo mais do que declarar que irão conduzir estudos técnicos para avaliar as soluções a serem tomadas. A hora do “embromation” já passou, e é preciso passar urgentemente à ação.



