Eleições da UENF: depois da mudança do layout, a estratégia da chapa 11 agora é contrapor bem contra o mal

Os responsáveis pela página de campanha da chapa 11 na rede social Facebook vem adotando uma série de medidas para melhorar o desempenho dos candidatos Edmilson Maria e Antonio Amaral. As constantes mudanças do layout já eram um indicativo de que existe dentro da chapa 11 a percepção de que suas propostas estão sendo rejeitadas pela comunidade universitária da Uenf, o que vem se configurando numa série de apoios importantes à chapa 10 formada pelos professores Luis Passoni e Teresa Peixoto.

Agora, os formulares da campanha da chapa 11 parecem ter caído na velha estratégia de colocar as opções programáticas no caminho da luta do bem contra o mal, sendo eles o bem, é claro. Para constatar essa opção moralista para aumentar a sua popularidade, basta ver a reprodução da última postagem colocada na página do Facebook.

chapa 11 olhos do bem

A primeira sentença sublinhada em vermelho na imagem diz explicitamente que “os olhos do bem enxergam além“, enquanto que as sublinhadas em azul apontam para o orgulho da chapa 11 teria na Uenf, acompanhada depois por uma que conclama o apoio na chapa 11. A “cereja bolo” nessa inserção de propaganda é a colocação de um comentário por docente que apoia a chapa 11 onde a frase escrita é simplesmente “Xô preconceito.

Dessa inserção podem surgir várias interpretações subliminares e eu as compartilho aqui. È que se “os olhos do bem” enxergam além para votar na chapa 11, a única alternativa para se votar na chapa 10 é se ter olhos do mal que enxergam perto. Além disso, é tomada para si do monopólio de orgulho da Uenf. Onde está dito na propaganda da chapa 10 que não existem orgulho em se pertencer à Uenf? Por outro lado, ao se colocar a ideia de que a chapa 11 é contra o preconceito, a única saída lógica é se concluir que a chapa 10 é preconceituosa! 

Esse somatório de mensagens subliminares aparentemente positivas são, na verdade, parte de uma campanha para negativar a campanha da chapa 10. Esse passo é um passo lamentável em qualquer campanha eleitoral, mas se torna especialmente insidiosa na eleição para a reitoria de uma universidade pública. É que em instituições como a Uenf deveríamos sempre pautar nossas escolhas por elementos programáticos, e não a partir do uso de ferramentas de cunho moralista que nada contribui para elucidarmos os graves problemas vividos dentro da universidade neste momento. E, pior, ao escolher a fuga ao debate democrático, ainda se incentiva a demonização.

Talvez seja exatamente por essas e outras que a chapa 11 esteja nas condições em que se encontra neste momento.

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