As últimas semanas têm sido pródigas nas idas e vindas da tentativa de golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff. De um lado, temos personagens do calibre de Eduardo Cunha, Paulinho da Força e Aécio Neves. Já do outro lado, o principal personagem é o ex-presidente Lula a quem eu credito a origem de todo o problema quando abandonou as alianças clássicas com partidos de esquerda que o Partido dos Trabalhadores (PT ) fez até 2002 para cair nos braços de José Sarney et caterva.
Aqui começo a falar do objeto desta postagem: o problema das disputas insolúveis no plano do Capitalismo entre capital e trabalho ao qual Karl Marx sintetizou sob o conceito de “luta de classes”.
Exemplos de governos de conciliação de classes abundam desde o Século XIX quando a social democracia efetivamente rompeu com a perspectiva de transformação revolucionária da sociedade capitalista. O fracasso desse movimento conciliatório dentro da direção do aparelho de Estado, principalmente na Europa, é que deu origem ao Fascismo na Itália e a Nazismo na Alemanha.
Mas as lições históricas do fracasso dos governos de conciliação de classe não serviram para nenhum tipo de aprendizado para o ex-presidente Lula e seu círculo mais próximo. Tanto isto é verdade que hoje o PT depende de personagens ilustríssimos como Paulo Maluf, Fernando Collor e Renan Calheiros para impedir o golpe parlamentar disfarçado de impeachment que foi gestado por associações obscuras de interesses que um dia conheceremos melhor nos livros de História.
E o pior é que ao longo da última década nos foi vendida a falácia de que a única possível saída para alavancar o desenvolvimento brasileiro e diminuir a abissal diferença de renda no Brasil era abraçar de forma acrítica as políticas emanadas do governo de conciliação de classes que Lula comandou e, depois, passou para Dilma Rousseff.
Para mim a grande pretensão do ex-presidente Lula, um reconhecido gênio nos processos de articulação, foi acreditar que favorecendo a anulação do potencial transformador do Partido dos Trabalhadores também conseguiria anular a luta de classes no Brasil. É esse o pior dos erros de Lula, e não as relações pantanosas com empreiteiras como a Odebrecht e a OAS que resultaram nos traques jornalísticos dos pedalinhos de Atibaia e o do tríplex do Guarujá.
O problema é que, enquanto a militância genuína que ainda existe dentro do PT não ver a inevitabilidade de derrotas ainda maiores por causa da volúpia colaboracionista de Lula, teremos milhões de brasileiros desarmados para o combate em defesa de minguados direitos sociais duramente conquistados.
E lá do cemitério de High Gates no norte de Londres, os ossos de Karl Marx, se pudessem enviar alguma mensagem, diriam a Lula: enquanto houver capitalismo, haverá luta de classes, meu irmão!
Pedlowski, velho amigo, saudades!
Olha só, o PT em que a gente acreditou, da sua LIBELU e de tantos outros movimentos de vanguarda, acabou. Existiu no coração e nas mentes de alguns idealistas mas, testemunhamos a morte da ideologia e o fortalecimento dos laços por interesse e do imediatismos a qualquer custo.
O resto é repugnante. Odebrecht, alianças com Collor e Maluf, assassinatos absurdos (Celso Daniel) e etc.
O PT é apenas uma marca desgastada que ainda ilude alguns e beneficia outros num meio onde impera a ilegalidade, o oportunismo e a mediocridade.
Larga disso, meu amigo. Tem muita coisa boa no mundo além de PT PSDB e todos os P´s que deveriam mesmo ir pra PQP.
Saudações do Aloja
Agenor Burla
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Agenor, saudações! Bom, agradeço do desejo de que eu “largue disso”. Mas o fato é que não sou filiado do PT desde 1998 e tenho me concentrado em estabelecer uma crítica acadêmica às políticas macroeconômicas aplicadas desde 2003 pelos governos de coalização que o partido vem liderando. Outra coisa é apoiar o golpe institucional que está sendo liderado por Eduardo Cunha et caterva. É que eu sei que o remédio deles é ainda muito pior do que os oferecidos pelo PT e, de quebra, este processo ilegítimo de impeachment jogará o Brasil numa crise política sem precedentes. Assim, meu caro, ser contra o golpe está longe de ser uma sinalização de apoio ao fraco governo de Dilma Rousseff.
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Que bom, amigo. Grande abraço!
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