Em um artigo liderado por um ex-estudante da Universidade Estadual do Norte Fluminense e hoje pesquisador do Insituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luiz Aragão, temos a informação de que eventuais diminuições na emissão de gás carbônico via o processo de desmatamento deverão ser compensadas por aquelas oriundas de eventos climáticos extremos, tais como secas, que estão causando um alto número de incêndios em toda a Amazônia brasileira [1].
Imagem do satélite Landsat 8 OLI (Operational Land Imager) mostrando quilometros de florestas queimadas (tons de magenta) em regiões cobertas por vegetação nativa (tons de verde) na porção leste da Amazônia brasileira. A cor branca representa nuvens. Fonte: U.S. Geological Survey’s Earth Explorer Platform
Como os eventos climáticos extremos estão aumentando em número e em frequência, e não são eventos controláveis, haverá uma dificuldade adicional para que se controle as emissões de CO2, mesmo que alcance a redução das taxas de desmatamento e dos focos de queimadas.
Essas conclusões poderão ser ainda mais drásticas quando se considerar que boa parte da floresta considerada em “estado primário” já foi afetada por atividades ilegais de exploração madeireira e garimpo, o que aumentou as áreas suscetíveis à ocorrência de incêndios.
Aliás, essa subestimativa da área “perturbada” por ações antrópicas é um dos pontos menos abordados na literatura científica. Quando for estimado com precisão como está efetivamente o estoque da cobertura vegetal já alterada por ações de exploração é bem provável que as estimativas que são oferecidas neste estudo tenham que ser recalculadas para cima e não para baixo.
De qualquer forma, as contribuições do estudo liderado pelos pesquisadores do Inpe ao entendimento das emissões de carbono associadas à ocorrência de incêndios são muito importantes.
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[1] http://www.stockholmresilience.org/research/research-news/2018-02-14-a-different-kind-of-fire.html