
Desde a chamada reforma trabalhista imposta pelo governo “de facto” de Michel Temer que removeu direitos e jogou milhões de trabalhadores brasileiros na precariedade, tenho me pergutado sobre quando as centrais sindicais brasileiras irão convocar uma greve geral para deter os ataques programados pelo governo Bolsonaro.
É que passando pela contrarreforma da Previdência e a instalação da precariedade completa sob a enganosa “Carteira de Trabalho Verde Amarela”, o que está se planejando é um retrocesso que só não declara formalmente a revogação da Lei Áurea. É que se tudo passar como desejado pelo “Chicado Boy” Paulo Guedes, a regressão almejada beirará as condições que existiam para os escravos que foram trazidos da África.
Se até agora não fizeram nada, as centrais sindicais e seus dirigentes devem pelo menos ter aquele tipo de instinto para a auto sobrevivência já que as declarações de Paulo Guedes sobre o suposto “caráter fascista” da legislação dos direitos trabalhistas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e a condição de meros parasitas dos dirigentes sindicais que vivem às custas dos trabalhadores, nada mais é do que uma declaração aberta de guerra não apenas aos trabalhadores, mas também aos que representam seus interesses dentro dos sindicatos.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, não esconde a sua disposição de precarizar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores brasileiros. CARL DE SOUZA / AFP
Por isso é que fico me perguntando quando os dirigentes das principais sindicais sairão do conforto em que se colocaram durante os anos de governos do PT e vão partir para uma luta encarniçada em defesa dos trabalhadores e, sim, da própria existência dos sindicatos que dizem representar.
Mas uma coisa é certa: o tempo está passando e a margem de tempo para organizar a reação está encurtando. Depois não adianta reclamar nem denunciar na Organização Internacional do Trabalho (OIT). É que o governo Bolsonaro simplesmente não parece dar a mínima bola para as leis internacionais que foram assinadas antes de janeiro de 2019.