Curva de contaminação do Brasil calculada pelo European CDC entre 18 de março e 07 de junho de 2020.
A prestigiosa revista alemã “Der Spiegel” publicou hoje em seu caderno de Ciências, um levantamento do comportamento da curva de contaminação por coronavírus em escala planetária, e dividiu os países em 4 situações possíveis : Sinken (Queda), Sinken Stark (Queda forte), Steigen (Ascensão), Steigen Stark (Ascensão Forte) and Konstant (Constante).
O Brasil, apesar da tentativa de desaparecimento dos dados que vem sendo feita pelo Ministério da Saúde, aparece no grupo de países que se encontram com a curva de contaminação em ascensão, com uma taxa de 15% de novos casos diários (ver figura abaixo).
Legendas: Sinken (Queda), Sinken Stark (Queda Forte), Steigen (Ascensão), Steigen Stark (Ascensão Forte) and Konstant (Constante).
Por outro lado, é importante notar que outros países como Inglaterra, Itália, Perú e Alemanha estão colocados como estando com a curva de contaminação em queda. Já Estados Unidos e Rússia estão com a curva em estado constante, o que indica proximidade do pico de contaminação. Já a Índia está no mesmo comportamento do Brasil e a uma taxa maior de novos casos de contaminação.
Um país que não está na figura, mas que aparece na versão completa da tabela, e que apresenta pergil de Ascensão Forte é a Suécia, que foi, por um tempo, apresentada pelo governo Bolsonaro como exemplo de país que não adotou o isolamento social e teve um comportamento considerado excelente. A questão é que agora a Suécia apresenta um perfil semelhante de ascensão aos apresentados por África do Sul e Equador, dois países com economias de pior nível de desenvolvimento (ver figura abaixo).
Suécia que não adotou o isolamento social agora é palco de uma forte ascensão dos novos casos de contaminação por coronavírus
Mas voltando ao Brasil, os dados da Der Spíegel mostram que definitivamente não é o momento de governadores e prefeitos adotarem medidas de afrouxamento do isolamento social. É que o ritmo atual de 15% de casos novos pode atingir rapidamente os níveis que estão ocorrendo em países com ritmo de ascensão forte como é o caso da antes tão decantada Suécia.