Abelhas mortas por contato com agrotóxicos
O Tribunal Superior da União Europeia manteve a proibição parcial da UE de três agrotóxicos neonicotinóides que têm sido ligados ao extermínio de abelhas, impedindo seu uso em certas plantações. Esta decisão abrange três três produtos ativas – a Imidacloprida, desenvolvida pela Bayer CropScience, a Clotianidina, desenvolvida pela Takeda Chemical Industries e Bayer CropScience, e o Tiametoxam que é produzido pela Syngenta.
Curiosamente, dois desses agrotóxicos- a Imidacloprida e o Tiametoxam não só continuam sendo bastante vendidos, como foram beneficiados pela tsunami de aprovações realizada pelo governo Bolsonaro. No caso da Imidacloprida, o número de novos produtos aprovados foram 13, enquanto no caso do Tiametoxam o número aprovações chegou a 12. Há ainda que se notar que no caso da Imidacloprida as aprovações foram todas dos chamados produtos técnicos que são a matéria bruta do qual são produzidos os chamados produtos formulados que são efetivamente vendidos nas lojas de varejo. Já a Imidacloprida teve 6 produtos técnicos liberados, enquanto que os 6 produtos formulados foram autorizados para diversas culturas, incluindo o Algodão.
Com essa decisão, a multinacional alemã Bayer que teve o seu pedido rejeitado pelo Tribunal Superior da União Europeia certamente olhará para o mercado brasileiro com ainda mais sofreguidão, pois terá aqui caminho livre para escoar a sua produção que está sendo banida na União Europeia. Este padrão de “dupla moral” da União Europeia precisa ser claramente repudiado, na medida em que permitem a continuidade da venda de produtos que se sabe serem nocivos à saúde de insetos polinizadores, como é o caso das abelhas.
No caso do governo Bolsonaro e da Anvisa, o que mais essa caso deixa evidente é um padrão dúbio de preocupação com a saúde dos brasileiros, pois enquanto se impede o uso de vacinas contra a COVID-19 sob o desígnio de proteger a saúde dos brasileiros, quando se trata de agrotóxicos a coisa corre solta.