A gestão de Eduardo Paes vem realizando um forte ataque ao programa das “Hortas Cariocas” que é um exemplo efetivo de combate à fome na cidade do Rio de Janeiro
A repercussão da postagem que fiz de uma reportagem da revista alemã Der Spiegel sobre o programa “Hortas Cariocas” tenha sido compreensivelmente alta, pois a mesma traz elementos que estão bastante ausentes na realidade social de uma grande metrópole como a do Rio de Janeiro, a começar pela necessidade de fortalecer laços comunitários para gerar formas sustentáveis de combate à fome.
Mas o que a reportagem da Der Spiegel não mostrou é que o prefeito Eduardo Paes parece não compartilhar do mesmo entusiasmo que noto dos leitores do blog em relação a essa incrível experiência de agricultura urbana nas favelas cariocas. É que se Paes tivesse um mínimo de simpatia por essa experiência ele não teria reduzido drasticamente o orçamento destinado a garantir o funcionamento efetivo do “Hortas Cariocas”, nem teria afastado o agrônomo Júlio César Barros da coordenação do programa que ele mesmo criou em 2006.
Depois ainda há quem veja algum benefício em se associar política e eleitoralmente a Eduardo Paes, um governante que se notabilizou por um rumoroso processo de remoção forçada de milhares de famílias que viviam há várias gerações de locais que a Prefeitura do Rio de Janeiro escolheu para algum tipo de projeto com vias à valorização da terra urbana.
Por isso é importante que se aproveite a reportagem da Der Spiegel não apenas para se publicizar os incríveis ganhos trazidos pelo “Hortas Cariocas”, mas também para cobrar que ele seja devidamente financiado por Eduardo Paes.