Garimpeiros ilegais no trabalho (no estado do Pará, 04/09/2021)
Por Norbert Suchanek para o JungeWelt
Forças de segurança mataram quatro garimpeiros durante um despejo no último domingo em conjunto com funcionários do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Ibama). Segundo o Ibama, pelo menos uma das vítimas era integrante de uma organização criminosa. No dia anterior, segundo a Associação Hutukara Yanomami (HAY), um grupo de garimpeiros de barcos atacou os Yanomami da comunidade Uxiu durante um rito fúnebre no rio Mucajaí, matando um indígena a tiros e ferindo dois.
Agora a polícia descobriu os corpos de oito supostos garimpeiros no rio Mucajaí. As autoridades acreditam que eles foram mortos por Yanomami da Aldeia de Uxiu em retaliação ao ataque ao funeral. A fim de evitar uma nova escalada, o governo já despachou uma força policial federal de elite para a área.
Segundo o governo de Brasília, as ações policiais na reserva Yanomami têm sido bem-sucedidas até o momento. Cerca de 70 a 80% dos garimpeiros já deixaram a área de proteção indígena. Segundo o Ibama, as forças de segurança destruíram um total de 327 acampamentos, 18 aviões, dois helicópteros e dezenas de jangadas, barcos e tratores pertencentes aos garimpeiros até o momento.
À primeira vista, o presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello, e seu secretário de Estado do Meio Ambiente, José Lutzenberger, tiveram mais sucesso do que o governo de Lula da Silva. Em 1992, a Reserva Yanomami sofria então com uma invasão de mais de 40.000 garimpeiros ilegais, que ganhou as manchetes em todo o mundo. As forças aéreas bombardearam as pistas dos acampamentos de garimpeiros com aviões de combate e helicópteros, após o que os invasores fugiram. Naquela época, a maioria dos garimpeiros fugiu para o território vizinho dos Yanomami, na Venezuela, enquanto o restante fugiu para as cidades brasileiras fora da reserva. Mas foi apenas uma vitória de Pirro. Logo após a conferência ambiental, milhares retornaram à reserva e continuaram com suas ocupações habituais: desmatamento e garimpo de ouro.
Os garimpeiros não são apenas responsáveis pelos assassinatos e estupros dos Yanomami e de outros povos indígenas na Amazônia. Eles também carregam doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, como malária, sífilis e AIDS para as áreas indígenas protegidas. Além disso, deixam verdadeiras paisagens lunares envenenadas com mercúrio em busca do metal precioso. O metal pesado líquido e brilhante é usado por garimpeiros ilegais e legais no Brasil para separar o pó de ouro fino da lama. Em toda a Amazônia, vários rios já estão fortemente contaminados com mercúrio, que se acumula na cadeia alimentar, principalmente nos peixes, e leva a problemas de saúde.
Uma medida necessária há décadas para evitar a extração de ouro na floresta tropical, também por razões ambientais, seria, portanto, a proibição do uso de mercúrio na mineração de ouro e a regulamentação estrita da venda de mercúrio. Mas até agora nenhum governo de Brasíl fez isso.
Como dizia Leonel de Moura Brizola tudo gira ao redor de INTEESSES escusos, inconfessáveis e poderosos. O agrotóxico e os metais, mormente o ouro, dominam a cobiça e causam resultafos desastrosos, uma verdadeira guerra, com batalhas e derrotas de efeitos irrecuperáv eis para humanidade.
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