Pega no esquema de falsificação do cartão vacinal de Jair Bolsonaro et caterva, Campos dos Goytacazes é exemplo de atraso

Castro-Coagro-10-05-22-scaled

Uma notícia publicada hoje no jornal “O DIA” sacramenta a participação do município de Campos dos Goytacazes no esquema de falsificação do cartão vacinal do ex-presidente Jair Bolsonaro, seus familiares e auxiliares diretos, informação que veio à tona graças ao aprofundamento das investigações dentro da chamada “Operação Venire”. É interessante notar que outra cidade que teve participação neste esquema foi Duque de Caxias que se tornou, na gestão de Wladimir Garotinho, uma espécie de “irmã” de Campos dos Goytacazes até em processos de licitação pública.

A existência dsse tipo de esquema de conexão que desabona Campos dos Goytacazes lamentavelmente tem como contraponto a inexistência, por exemplo, de representações formais para cuidar dos interesses do município em locais de poder político e econômico. Isso fica evidente quando se  verifica que apesar de Campos dos Goytacazes estar entre as 40 cidades de maior orçamento do Brasil. O fato é que Campos dos Goytacazes  não dispõe de um escritório ou uma representação institucional nos principais centros decisórios de poder em São Paulo ou Brasília.

Assim, apesar dos atuais governantes encherem a boca pra enaltecer supostas virtudes do capitalismo e da livre iniciativa privada, mas não tem qualquer tipo iniciativa, sequer como operadores do sistema capitalista. Nem como agente público, nem como representante do setor privado.  Assim, o municipio que é o maior em extensão territorial do Estado depende quase totalmente da produção agrícola vinda de outros estados. Para verificar, isso basta que se vá ao Mercado Municipal para constatar que a quase totalidade dos produtos que chegam à mesa do campista é importado. O mais lamentável é que o município possui mais de uma dezena de assentamentos de reforma agrária, os quais continuam solenemente abandonados e, não raramente, exporta a comida que em um efeito bumerang volta para nossas mesas via as bancas do Mercado Municipal.

O resultado disso é que vivemos em uma cidade que depende da geração de empregos das estruturas produtivas e/ou de comercialização que nem mesmo estão localizadas em seu próprio território. Além disso, quando se verifica os números do Caged, é forçoso verificar que os mesmos são explicados pela existência de uma agricultura rudimentar e sazonal.  Assim, quando entra o período da entressafra, os números de pessoas empregadas caem acentuadamente, e o que acaba salvando o nível de empregabilidade é o setor de serviços, que tem sofrido como nenhum outro setor com a precarização e com a pejotização.

Mas um ingênuo poderá perguntar sobre qual seria a relação entre um esquema de falsificação de cartões de vacina e o resto? Eu diria que tudo. É que o contínuo apego à formas patrominialistas de governo irá continuar gerando tudo isso que está ai, e a pretensa modernidade que se propõe como imagem não passa de um verniz para o atraso em que continuamos atolados.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s