O TsuLama da Samarco (Vale + BHP Billiton) continua tendo desdobramentos surpreendentes após quase 7 meses da ocorrência do maior incidente ambiental da mineração no mundo em mais de 300 anos. O jornal Folha de São Paulo publicou hoje uma artigo de autoria dos jornalistas Estevão Bertoni e José Marques (Aqui!) demonstrando que a Polícia Federal apurou que Vale (uma das proprietárias da Mineradora Samarco) alterou propositalmnente os dados de volume de lama que ela própria jogava nas barragens da Samarco com o claro intuito de confundir e atrapalhar as investigações, de forma a minimizar suas responsabilidades.
Por outro lado, o procurador regional da república Felício Pontes Junior, da Procuradoria Regional da 1a. Região, recorreu contra a homologação acordo firmado no dia 3 de março entre representantes dos poderes públicos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo com a Mineradora Samarco, Vale e BHP Billiton.

O documento com as razões alegadas pelo procurado Felício Pontes Junior pode ser baixado (Aqui!). Entretanto, em uma leitura rápida foi possível notar que os chamados “embargos de declaração” foram no sentido de cobrar que sejam sanadas suas omissões e contradições existentes no acordo firmado entre os níveis de governo e as mineradores, e que não sendo possível realizar tal correção, a nulidade do acordo.
Diante desses desdobramentos, não parece ser demais frisar que até o momento as reparações não foram iniciadas, e que os municípios e comunidades afetadas continuam arcando com o grosso dos prejuízos sociais e ambientais que decorreram da ação irresponsável das mineradoras envolvidas neste grave incidente.
Entretanto, com as apurações realizadas pela Polícia Federal e as ações de embargo interpostas pelo MPF, é possível que tenhamos um nível de responsabilização que o acordo firmado entre governos e mineradoras não garantia. A ver!