Matéria da Bloomberg joga luz sobre assassinato da geógrafa Priscila Pereira no Rio de Janeiro

Jornalistas apontam combate à corrupção nos projetos da despoluição da Baía da Guanabara como causa mais provável.

Em artigo publicado no dia de hoje (28/07) pela Bloomberg News, os jornalistas David Biller e Michael Smith oferecem uma visão completa das prováveis causas do assassinato da geógrafa Priscila de Góes Pereira no dia 05 de Outubro de 2015 nas proximidades da estação Maria da Graça do metrô do Rio de Janeiro (Aqui!) (ver reprodução parcial abaixo).

priscila.jpg

E a versão que emerge desta matéria bem cuidada nada tem a ver com as insinuações levantadas na época de que Priscila Pereira teria a ver com questões passionais, mas sim com a postura que a geógrafa assassinada tinha em suas funções profissionais no “PROGRAMA DE SANEAMENTO DOS MUNICÍPIOS DO ENTORNO. DA BAÍA DE GUANABARA(PSAM) (Aqui!).

Ainda que a matéria não aponte para os potenciais mandantes do assassinato de Priscila Pereira, o que os jornalistas da Bloomberg mostram é que ela era pressionada para receber propinas que possibilitassem, entre outras coisas, a cobrança por serviços prestados nos esforços feitos para despoluir a Baía da Guanabara até o início dos Jogos Olímpicos.

Em outras palavras, o assassinato de Priscila Pereira nada teria tido a ver com paixões mal resolvidas, mas sim com sua indisposição para tolerar e aceitar propinas. 

O interessante é que agora chegamos à exposição deste crime e de suas potenciais ligações com o fracasso do programa de despoluição da Baía da Guanabara pelas mãos de dois jornalistas que trabalham para a Bloomberg, e não para um dos grandes veículos mantidos pela mídia coporativa brasileira.  Aliás, essa é a primeira notícia que esta matéria traz: a mídia estrangeira fazendo jornalismo investigativo de qualidade, enquanto a brasileira segue tentando nos distrair com cenas de grandeza que não resistem a um escrutínio minimamente sério. 

No meio disso tudo há que se ter na memória a pessoa de Priscila Pereira que teve sua vida ceifada por se comportar de forma honrada e ética. Essa perda somada à condição deplorável em que a Baía da Guanabara se encontra são parte de nossa tragédia cotidiana.

priscila pereira

No período em que foi assassinada, a geógrafa Priscila Pereira desenvolvia pesquisas na área do planejamento governamental sob a perspectiva do desenvolvimento territorial e regional, através do grupo de Pesquisa do Laboratório Estado, Economia e Território (LESTE/IPPUR/UFRJ).

Pelo menos com essa matéria da Bloomberg o que eu espero é que a investigação desse assassinato tenha a prioridade que merece, e até hoje não teve.

3 comentários sobre “Matéria da Bloomberg joga luz sobre assassinato da geógrafa Priscila Pereira no Rio de Janeiro

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