Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo e uma das mais importantes lideranças no estudo das mudanças climáticas do Brasil.
Em uma ação rara por parte de uma das principais revistas científicas do mundo, a prestigiosa “Science” abriu espaço editorial para que o professor da Universidade de São Paulo (USP)e importante liderança científica na área das mudanças climáticas, Paulo Artaxo, produzisse um grave alerta sobre os riscos que estão sendo colocados sobre a Amazônia brasileira em função dos primeiros atos e planos anunciados por parte do governo de Jair Bolsonaro.
Artaxo aponta ainda suas preocupações para o desmanche produzido no Ministério do Meio Ambiente e das ferramentas de controle que existiam para acompanhar o avanço do desmatamento e da degradação de ecossistemas amazônicos e do Cerrado.
Outro aspecto ressaltado foi o desmanche dos setores que tratavam da questão das mudanças climáticas no interior dos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, bem como da pretensão anunciada de retirar o Brasil do Acordo Climático de Paris. Artaxo lembra que parte significativa das reduções de emissões dos gases que causam o chamado efeito estufa depende do término do desmatamento ilegal e do reflorestamento de milhões de hectares. Artaxo também que estas metas estão agora em conflito com o desejo do agronegócio de expandir a pastagem e agricultura intensiva na floresta amazônica e no Cerrado.
A repercussão desse editorial deverá ser imediata, principalmente naqueles países que, ao contrário dos EUA, se mantém alinhados com as metas de redução das emissões de gases estufa, e que são fortes parceiros comerciais do Brasil, a começar pela China. Tal repercussão é garantida não apenas pelo peso científico da Science, mas também pelo reconhecimento que Paulo Artaxo possui em função de sua consistente produção científica nas questões relacionadas ao clima.
Entretanto, a minha impressão é que esse alerta só será levado a sério quando começar o boicote proposto pelo “The Washington Post” para commodities originadas em áreas recentemente desmatadas na Amazônia.
Quem desejar ler o editorial escrito por Paulo Artaxo para a Science, basta clicar [Aqui!]