A notícia abaixo é daquelas que se pode ser considerada como auspiciosa, na medida em que o mercado e a legislação dos EUA são normalmente considerados pró-indústria dos venenos agrícolas. Assim, a decisão de banir um produto não apenas decorre de intensas pressões, mas também de complexos acordos dentro das legislaturas estaduais.
Há que se lembrar que em relação ao Clorpirifós, o banimento foi determinado em apenas dois estados (Nova York e Havaí), mas deverá ser seguido em outras regiões, especialmente na União Europeia onde este agrotóxico vem sendo submetido a análises quanto à pertinência da continuidade de seu uso em áreas agrícolas.
Já no Brasil, 6 novos produtos técnicos contendo Clorpirifós foram autorizados para comercializados apenas na leva de 152 agrotóxicos liberados nos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro, o que deverá aumentar substantivamente o número de agrotóxicos disponíveis no mercado nacional com este princípio ativo.
Nova York decide banir Clorpirifós por causa de seus efeitos negativos sobre a saúde humana
O Clorpirifós, ligado a deficiências intelectuais em crianças, será banido em 2021
Albany, NY – 30 de Abril de 2019- Hoje, os legisladores aprovaram o projeto de lei Senado S5343 e o projeto de lei A2477B, que proíbe o Clorpirifós em Nova York. Esta é uma grande vitória para a saúde das crianças e coloca Nova York no caminho certo para se tornar, até 2021, o primeiro estado do país a acabar com o uso do Clorpirifós. O Havaí decretou a proibição em 2018, embora não tenha efeito até o final de 2022.
Dezenas de estudos mostram que a exposição ao Clorpirifós está associada a baixo peso ao nascer, redução do QI, distúrbios da atenção e atraso no desenvolvimento motor de bebês e crianças. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) concluiu em 2016 que todos os usos de clorpirifos são inseguros, mas o EPA de Trump se recusa a proibir o pesticida apesar da ciência. O Clorpirifos, um organofosforado proveniente da mesma família química do gás nervoso sarin, é usado em culturas, tais como: maçã, cítricos, brócolis, milho e muito mais.
A declaração a seguir é de Tyler Smith, cientista da equipe da Earthjustice:
“Hoje, a Assembléia Legislativa de Nova York decidiu não esperar Donald Trump para proteger as crianças de um agrotóxico que danifica o cérebro. Agradecemos à Assemblyman Englebright e ao senador Kaminsky por sua liderança essencial. ”
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Este artigo foi originalmente publicado pela “Earthjustice” [Aqui!]