Figura de proa na campanha eleitoral de 2018, o ministro da Fazenda Paulo Guedes repentinamente se viu forçado a sair das sombras que se encontrava na atual campanha para oferecer sua visão de futuro para o Brasil, e eles não são nada bons para os pobres. Forçado a isso pelas revelações trazidas à luz por reportagens da “Folha de São Paulo” e do “Estado de São Paulo”, Paulo Guedes consegue a proeza de negar confirmando o que pretende fazer com a economia brasileiro, caso Jair Bolsonaro consiga se reeleger.
Além de desindexar o salário-mínimo, aposentadorias e pensões da inflação passada (o que objetivamente implicará em um confisco de renda de mais de 70 milhões de brasileiros pobres), Guedes também pretende acabar com as deduções no Imposto de Renda com gastos de saúde e educação, novamente prejudicando os segmentos mais pobres da população (veja o que Guedes pensa sobre aposentadorias no vídeo abaixo).
Mas esses confiscos são apenas perfumaria em relação aos planos de privatização do Banco do Brasil, da Petrobras e das universidades federais. É o avanço dessas metas de desnacionalização completa e asfixia de qualquer possibilidade de o Brasil participar em condições minimamente competitivas da chamada Revolução Industrial 4.0 que realmente embala os planos de Paulo Guedes que aparentemente sonha com um país atolado em uma cultura neocolonial misturada com a especulação financeira globalizada.
Há que se dizer que economistas de amplas matizes (desde neoliberais até adeptos de maior participação direta do Estado na atividade econômica) consideram que Paulo Guedes é um ministro cujas políticas foram desastrosas para a economia brasileira, resultando em uma profunda regressão de todos os indicadores que são usados para medir a saúde da economia de um país.
Apesar disso, Jair Bolsonaro não dá nem uma sinalização de que pretenda mexer no posto ocupado por Paulo Guedes, mesmo porque a estas alturas ele teria dificuldade de encontrar qualquer pessoa disposta a sentar no lugar do seu “Posto Ipiranga”. É que o dano causado por Paulo Guedes é de tamanha monta que só outro presidente poderá ter a autoridade de implantar políticas que possam tirar o Brasil do atoleiro em que se encontra.
O Posto Ipiranga como o Waterloo de Bolsonaro
Por outro lado, há que se dizer que se Jair Bolsonaro perder as eleições no próximo domingo, isto se dará em grande parte pelo vazamento dos planos que Paulo Guedes tem para os próximos quatro anos. Curiosamente, o vazamento precoce de seus planos pode ter sido a centelha que deslocou o plano engenhosamente elaborado pela campanha de Bolsonaro.
O simples acesso a esses planos aparentemente causou uma paralisia no avanço que as pesquisas vinham notando nas intenções de votos de Jair Bolsonaro. Também, pudera, do pouco que vazou já se pôde visualizar o impacto que isto teria na vida dos brasileiros.
Assim, curiosamente, a pessoa que serviu como caução de um claramente inepto Jair Bolsonaro em 2018, agora poderá ser a causa de sua derrota. E eu digo que ainda bem, pois o Brasil e a maioria pobre da sua população (mesmo aquela parcela que hoje vota em Jair Bolsonaro) não iriam sobreviver a mais quatro anos desta política de terra arrasada que só serve para aumentar uma concentração de renda que já era uma das maiores do mundo.