Bolsa Família x Bolsa Banqueiro: o fosso que separa os ricos dos pobres no Brasil

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Acabo de ouvir uma reportagem dando conta dos múltiplos requisitos que foram postos pelo governo Lula para a concessão da chamada “Bolsa Família” a mais de 20 milhões de famílias pobres. Algumas dessas regras fariam total sentido se não estivéssemos em uma condição totalmente precária em termos não só da geração de empregos, mas também da capacidade limitada de prestação de serviços que deveriam públicos.  A imposição de regras que de cara não serão fáceis de serem cumpridas representa uma negação do direito de milhões de brasileiros a terem um mínimo de condição de melhorarem sua condição de vida.

A coisa fica ainda píor se lembrarmos que o estado brasileiro vem há várias décadas entregando mais da metade do orçamento federa aos bancos na forma do pagamento de juros de uma dívida pública que nunca foi devidamente auditada. Para piorar, os bancos brasileiros, que estão entre os mais lucrativos do planeta, possuem mecanismos de proteção contra perdas que advenham de suas atividades que são verdadeiras “bolsa banqueiro”.

Um exemplo da “Bolsa Banqueiro” foi o repasse de R$ 1,8 bilhão feito pelo Bradesco para a União por causa da decisão da instituição financeira de  repassar seus prejuízos com o imbróglio das Lojas Americanas para a União.  Apenas para ver o tamanho do abusrdo, usando o valor base da Bolsa Família, apenas com esse “repasse” seria possível beneficiar 3 milhões de famílias. 

Por outro lado, se os mesmos “analistas” da mídia corporativa dedicassem o mesmo tipo de viés crítico que dispensam à Bolsa Família à congênere concedida aos banqueiros, eu até acharia que estamos próximos de um debate sério. Mas a verdade está muito longe disso. 

Na prática o que temos é a perpetuação de que os investimentos sociais são gastos inúteis, enquanto que a entrega de grandes nacos do orçamento federal aos bancos seria uma espécie de direito divino.

2 comentários sobre “Bolsa Família x Bolsa Banqueiro: o fosso que separa os ricos dos pobres no Brasil

  1. Marcos, a questão está na semântica, na essência, senão vejamos:

    – Todo dinheiro que os governos alocam para este ou aquele setor, para esta ou aquela classe de pessoas vem dos tributos.
    – Há repasses orçamentários obrigatórios (para outros entes da Federação e para custear despesas e serviços da própria União).
    – Enfim, há incentivos, isenções, subsídios, reparações, indenizações, deduções fiscais (como as do IRPF), etc, etc, etc.

    Tudo isso vem embalado nestas siglas e nomes legitimadores, e sabemos que de acordo com a força política e origem de classe, cada um leva mais que outros.
    No caso dos pobres, é chamado de auxílio. Mas como auxílio????????????
    Os programas de “renda mínima”(argh!!!) são, nada mais, nada menos, que as restituições devidas aos pobres pela enorme carga tributária que suportam, e mais, porque sua pobreza resulta diretamente da ação dos governos em benefício dos mais ricos e do aumento das desigualdades…
    E o pior é que os esquerdiotas continuam a fazer coro com os direitistas quando chamam de “bolsa família”, e embarcam nesa nefasta história de “porta de saída” ou condições para concessão do benefício.
    Alguém pede contrapartida à classe média para lhe conceder deduções fiscais do IRPF?
    Alguém pede contrapartida a algum empresário para concessão de bilhões de isenções e subsídios fiscais?
    Então…
    Ora, pilordas, a “melhor porta de saída” é o fim da desigualdade e da pobreza…
    Eu lhe disse isso quando estivemos juntos: esse governo é muito, mas muito pior que o anterior…você sabe disso, só não vai admitir por questões sentimentais.

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