Fortes chuvas na bacia do Rio Doce aumentam risco de ampliação da catástrofe iniciada pelo TsuLama da Samarco

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Ao contrário de que alguns “especialistas” anunciaram o início do período das chuvas não está causando uma diminuição dos riscos associados à erupção do TsuLama da Mineradora Samarco (Vale + BHP Billiton) no distrito de Bento Rodrigues em Mariana (MG). É que depender do imponderável para corrigir o drama iniciado pela negligência das mineradoras é como atrair a primeira lei de Murphy (aquela que diz que não há nada tão ruim que não possa piorar).

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Como mostra o mapa sinótico acima, a intensidade aguda das chuva ao longo da bacia hidrográfica do Rio Doce está potencializando uma combinação desastrosa entre o afogamento da sua calha pelos rejeitos da Samarco com a quantidade elevada que está vindo dos diferentes tributários. A combinação desses dois componentes está causando uma série de alertas pela Defesa Civil de Minas Gerais por causa da possibilidade de inundação de várias cidades.

Para não deixar dúvidas dos efeitos dessa combinação de fatores negativos, posto abaixo duas páginas do Boletim Extraordinário que foi emitido hoje pelo Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Doce que é mantido pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM).

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As informações postadas pela CPRM confirmam a sinergia negativa entre o aumento da pluviosidade e a consequente elevação das cotas de diversos rios, bem como um esperado aumento no nível de turbidez ao longo da calha principal do Rio Doce até a sua foz em Regência no Espírito Santo. Ainda que nem toda a elevação da turbidez no Rio Doce esteja sendo causada pela chegada de mais material associado ao TsuLama da Mineradora Samarco, o fato que não pode se desprezar é que o aumento da pluviosidade está sim contribuindo para que mais lama que escapou da barragem do Fundão consiga se mover para fora dos locais onde o material se assentou inicialmente.

E mais do que nunca, a pergunta que não quer calar: como será que anda a estabilidade das estruturas que restaram em Bento Rodrigues? É que a pior combinação possível ainda não se realizou e que seria a destruição das barragens que ainda estão precariamente segurando os rejeitos da Samarco e da Vale desde a explosão da barragem do Fundão no dia 05/11/2015.

 

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