A mídia corporativa está propositalmente ocultando a grave situação que ocorre na Amazônia brasileira em função do número recorde de queimadas, propiciado pelo avanço agressiva da franja de desmatamento em áreas ainda relativamente intocadas daas florestas ali existentes. Mas a observação da imagem abaixo pemite observar duas coisas básicas: o número recorde de focos de calor e a concentração dos mesmos em torno de várias cidades importantes nos estados da região Norte, especialmente nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia e Mato Grosso.
A principal razão para a ocultação objetiva do que está acontecendo na Amazônia é simples: impedir que seja feito um debate mais substancial sobre a relação entre a agricultura extensiva de exportação de commodities e a destruição da biodiversidade brasileira, bem como sobre os povos indígenas.
O problema é que a grossa camada de fumaça que está sendo gerada pelo número recorde de queimadas já começou no centro sul do Brasil e poderá propiciar situações críticas na qualidade do ar em regiões metropolitanas que já convivem com a poluição gerada localmente como no caso de São Paulo (ver imagem abaixo).
No dia de ontem (09/09), a cidade de SP amanheceu coberta por fumaça cinza e moradores relatam cheiro de queimado — Foto: Reprodução/TV Globo
Talvez com a chegada das nuvens de fumaça, em vez das que traziam chuva, sirva para que o que está acontecendo na Amazônia possa ocupar um mínimo de espaço dentro da agenda da mídia corporativa e, por extensão, do debate eleitoral que agora ignora este problema.
E é como eu digo sempre, o agro não é pop, o agro é fogo.